segunda-feira, 5 de março de 2012

Crônica - Ano V - Nº 179 - "Agora são elas... e eles"

Março é mês do meu querido São José, exemplo de homem que será carinhosamente lembrado dia 19/03. Porém, paradoxalmente, o mês de José é conhecido por ser o mês delas... o mês das mulheres. Afinal, 08/03 é dia delas, e ninguém tasca.

O que então eu, homem, então poderia falar sobre elas, no mês e dia delas? Posso dar algum pitaco? Bem, acho que uma pessoa com mais de dez tias, treze primas, que trabalha num ambiente predominantemente feminino (quem conhece a sala de professores do Dorô sabe como é, hahahahaha), que namora com uma linda e "femininíssima" mulher e tem uma mãe e tanto, sem falar das avós e amigas mulheres - inúmeras - pode aqui dar umas palavrinhas sobre elas...

Sabe aquela conversa de que elas vão dominar o mundo? Não, não gosto desse papo, e não é por machismo. Eu prefiro dizer que hoje finalmente o mundo tem por conta, com uma força não vista antes. Hoje o mundo se apercebe de que a mulher é muito mais do que mãe e dona de casa. Elas querem mais: tem empregos e posições sociais de destaque, ganham a mídia, tomam decisões, são fortes (disso eu já sabia, pois elas, como diria meu santo favorito, podem mais, aguentam mais a dor). Décadas atrás não seria pensável uma mulher com o dedo em riste peitando uma decisão ou afirmando sua opinião; hoje, posso citar várias amigas minhas de postura exatamente como essa, de dedo em riste, e que são mais machos que muito macho, como diz o forró. 

Hoje o mundo precisa olhar os dois lados, ao se pensar numa tomada de decisão, num esporte, num trabalho... E que bom que seja assim. Agora é a época delas, delas ganharem um destaque cada vez mais forte em nossa sociedade.

Mas fica a pergunta, agora dos leitores homens: e nós, como ficamos nessa situação? Invertemos a história? Bora bancar o machão para defender o território e "mostrar ainda quem manda", ou então acusar as mulheres de feminismo, de explorarem os homens, como vejo que alguns o fazem?

Não, amigos homens. Acho que agora , com a vez delas, é também a vez deles. Dos verdadeiros homens. Do homem que sabe valorizar uma mulher, que não perdeu seu romantismo. É a vez do homem bem educado e ao mesmo tempo atrevido, audaz, que sabe chegar junto sem maltratar. É a vez do homem que compartilha as tarefas, que pensa junto com elas os próximos passos, que foge do individualismo ou do sofá-futebol-sexo no trato com elas. O homem que não é dessa trupe está condenado a ser extinto, ou a passar seus anos de existência vivendo de aparências quaisquer, menos de um verdadeiro amor, amizade ou outro tipo de relação com uma mulher. As teimosas e teimosos podem ainda bater na tecla de que "não, elas gostam dos cafajestes, dos que falam palavrões e as mandam para aquele lugar, ou dos que gostam de estapeá-las fisicamente e moralmente". Podem ter suas exceções, mas a grande maioria de pessoas que eu conheço mostram que as exceções realmente são exceções, e que estas exceções vivem de um sadismo que só traz o prazer de momento, mas que acaba naquela temida solidão, inimigo tão mortal quanto um câncer para quem só pensa em si mesmo e nos seus prazeres.

E quem seria, pra fechar, a verdadeira mulher? Ah, aquela que sabe exatamente reconhecer essa nova safra de verdadeiros homens, e respondem com seus atributos de sempre: a delicadeza na firmeza, a maternidade na independência, os pequenos detalhes de olho nos grandes detalhes, a leoa e a tigresa juntas. E aquelas que ainda não dispensam o homem de verdade em troca de uma "produção independente só para não dar o gostinho a esses falsos". Alguém disse certa vez num programa de televisão: "Tá faltando homem"; eu diria: "tá faltando... homens e mulheres de decisão e faro, que fogem da mesquinha generalização".

Que venha mais um 08/03. Que venham esses anos onde o verdadeiro homem vai conviver e tratar a verdadeira mulher e vice-versa. Sim, agora são elas... mas agora, para bom entendedor, também somos nós, homens, pois a parceria é a bola da vez, ao invés desses machismos e feminismos políticos exacerbados. Esses vão acabar na temida solteirice, pois jogaram fora o principal elemento que une os dois sexos, sob diferentes formas... o amor.
         
São Paulo, 04/03/2012. W.E.M.

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