Essa crônica teve inspiração em um episódio engraçado acontecido comigo na noite deste Sábado, 27/08: ao abastecer o querido Flecha Azul (meu Escort Azul de tantas histórias), na hora de pagar, procuro o cartão de crédito em minhas coisas... e nada! Então, ligo para meu pai para ver se ele poderia pegar meu cartão em casa e levá-lo até o posto! Assim que desligo, dou por mim que estou com uma camisa social, e bem ali em meu bolso estava o cartão... Dei risada de mim mesmo!
Ao mesmo tempo, em um jornal ao acaso, leio uma frase genial. "Errar é humano, tropeçar é comum. Ter a capacidade de rir de si mesmo é maturidade". "Seria assim mesmo? Duvido!", comentam os mal-humorados.
O riso tem o poder de imunizar o ser humano contra os maus agouros da vida, as tempestades e o que há de mais desagradável. É terapêutico, um excelente remédio contra a alta tensão e o estresse do corre-corre cotidiano. Fiz o teste (e sempre faço o teste) com pessoas que conheço por terem uma péssima reputação quanto ao estado de humor. Não raro, essas pessoas começavam a conversa com suas amarguras e más notícias. E bastava colocar uma dose de bom humor e riso, com um comentário engraçado, uma piada, uma situação inusitada, que pronto: era observável a paz, e a tormenta que acompanhava a pessoa se dissipava, mesmo que por um instante.
Um dos pontos que meditei no último Retiro que fiz, semana passada, era em como poder tornar melhor a vida das outras pessoas, em como poderia sair de mim e focar mais nelas. E um dos remédios que Ele indicou foi, justamente, o riso: para com os outros, sorrindo e transmitindo uma alma alegre para eles, ou então garimpando nessas pessoas essa aura de alegria e otimismo. E, também, rir de si mesmo, o que é mais difícil, e uma excelente prova de humildade.
O perfeccionismo, o ego, a pressão em todos os campos tornaram essa atitude de "rir-se" ridícula para uns, e um sinal de fraqueza. O homem moderno tem costume de, quando erra ou vê algo que deu errado, xingar, bater o pé, chorar de desespero e se sentir um lixo. Nos EUA, por exemplo, dizem que a pior forma de ofender uma pessoa não é com aquele xingamento contra a mãe que conhecemos em nossos dias de fúria, mas sim chamando-a de "fracassado" ou "perdedor". Não há espaço para erros e derrotas, sob o pretexto de você ter sua auto-estima jogada aos leões, em caso de fracassos e fraquezas.
Senhoras e senhores, temos que rir de nós mesmos, rir com os outros e rir dos outros e do mundo à nossa volta. Não como palhaços zombeteiros, que fazem piadas de qualquer coisa, sem mesmo medir momentos bons ou ruins para tal. Na verdade, o que temos de fazer é conservar a alma leve, serena, que não se apavora diante de uma pressão, fracasso, derrota, prazo, TPM, perdas de namorado(a) ou partida de um ente querido. É comprovado que mau agouro, excesso de tensão, tristeza só serve para uma coisa: trazer mais mau agouro, tensão e tristeza, em doses cavalares. Sem contar que a tensão e a tristeza afastam, passam um ar de loucos, ásperos, difíceis e "pra baixo", entre outros adjetivos negativos, para as pessoas que fomentam essa tensão. Ainda por cima, uma pessoa que não sabe rir de si mesma mostra pedantismo, auto-suficiência, não-tolerância com o próprio erro e com os erros dos outros, transmitindo um egoísmo e uma vaidade que afasta, ao invés de atrair o próximo. Rir caminha junto com a simplicidade de vida, a leveza de bagagem, o estar de bem com Deus, com os outros e principalmente consigo mesmo. Não se há uma unanimidade sobre o que seria a felicidade, mas é certo que ela passa pela paz interior, essa alegria que contagia e colabora para que tudo o que fazemos tenha eficácia.
Joguemos fora toda a bagagem desnecessária de mágoas e angústias que carregamos nesse instante e nos faz ter um passo lento na caminhada. Temos gente à beça para contagiar e fazer crescer com o riso... inclusive nós mesmos!
São Paulo, 28/08/2011. W.E.M.
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