Recentemente me peguei pensando nos meus amigos da escola, de Pedreira, dos antigos trabalhos, e lembrei de como já faz algum tempo que não os vejo, e talvez alguns não verei tão cedo. Com um amigo meu, no meio do pátio da Geografia da USP, estranhamos: só garotada, os amigos de ontem cada um foi para seu canto, viver a vida (assim como eu e e esse meu amigo), e parece que foi ontem que estávamos começando na Geo. Pensei em meus últimos fracassos, em como os dias se encaminharam até aqui. E pensamos: "E agora? O que espera a cada um de nós?".
O ser humano é feito de começos e recomeços, construções e reconstruções (e mesmo destruições). Esse meu amigo e eu pensamos, ao toparmos com nossas novas realidades, não em ficar remoendo o que passou ou tentar resgatar o que passou. Mas sim em construir uma nova história, onde novos personagens entrarão em cena (as novas pessoas que conhecemos em nosso trabalho ou estudo novos), novos cenários (um trabalho novo, um novo bairro onde estão nossos contatos), novo roteiro (esse, vai depender de nossa relação com esses personagens e cenários, bem como de nossos aprendizados).
Muita gente ficou para trás, assim como circunstâncias anteriores, acertos e erros, "sims" e "nãos". Todos eles estão em nossa história e livro da vida, mas o livro precisa continuar sendo escrito. E chegam momentos em nossa vida em que precisamos acabar um capítulo desse livro e começar um novo, ou trocar personagens, protagonistas e cenários de nossa história particular (uma tarefa que muitas vezes não é fácil, pela tendência do homem à nostalgia, em tentar fazer "remakes"), que pode ser forçado a ser escrito devido a motivos bons ou ruins.
Independente de motivos, é sempre uma tarefa positiva escrever essas novas páginas e capítulos de nosso livro da vida, principalmente para quem é adepto de uma fé que permite dizer que Deus nos quer exatamente ali, naquela nova circunstância, com aquelas novas pessoas, quando a intenção é reta com essa fé. Essa fé nos faz ter em mente que tudo é para bem, que nenhum ponto é dado sem nó nessa vida. Eu e meu amigo chegamos exatamente a essa conclusão comum, ao olharmos para aquele pátio "estranho": era hora de deixar para trás uma história grandiosa onde estivemos por seis anos, e começar uma nova, nas escolas onde trabalhamos, no bairro onde moramos, com as pessoas com que nos relacionamos (inclusive a própria família).
De fato: conheci um universo de pessoas imenso em minha escola, abri novas rodas de amigos, reencontrei minhas raízes com minha família e bairro onde moro, estou reencontrando com minha fé. Me encontro "descobrindo novas Américas", como diria meu santo favorito. Mas para isso, foi necessário não olhar para trás, não esperar no acostamento, e sim seguir em frente. Esse caso particular, será que não é o seu também, leitor? Não estaremos juntos nessa estrada da reconstrução? Bora deixar os "leites derramados", assumir nosso "tempo de aprender" (como diz um famoso pagode), e ir de encontro a esses novos desafios, Américas e grandiosos tesouros à nossa espera, só aguardando que larguemos esses retratos do passado?
Que venha Julho e esses dias de aprendizado e reconstrução constante de cada um de nós. Tem muita gente, lugares e fatos ainda a serem escritos nesses nossos livros da vida (os "antigos", sempre poderão vir para fazer uma participação pra lá de especial). Detalhe: nunca escritos à toa. Entenderemos mais tarde, por nós, por eles... ou por Ele!
São Paulo, 30/06/2011. W.E.M.
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