E o "slogan" deste aniversário é um velho conhecido de crônicas anteriores. Já escrevi na Crônica 73 (Abril/2009) sobre esse tema que causa amor e ódio, esperança e desespero: o Eterno, a Eternidade. Mas desta vez quero dar ênfase no contrário do eterno, o que chamamos "efêmero", comparando-o ao que seria esse Eterno.
Num mundo cada vez mais curvado à tecnologia, ao dinheiro e à vaidade (não sejamos hipócritas, tudo isso seria ótimo na medida certa, tal qual churrasco, sorvete ou outras guloseimas - exagerou, azia!), o pedido da moda junto ao "poço de desejos" da humanidade é a eterna juventude, a imortalidade carnal, carrões, IPad's, 1 milhão e meio de Reais, mulheres aos pés (para as mulheres leitoras, basta pensar o contrário, heheh). Vi essa semana o destaque dado em certo site sobre uma pseudo-celebridade que juntou, segundo o que ele mesmo diz, mais de R$ 5 milhões sem trabalhar. Não cabe aqui julgar a pessoa, mas sim a reportagem em si, que deu um destaque estrondoso aos bens materiais, conquistas amorosas e ao fato do dinheiro fácil conquistado pela pessoa, quase que chamando outros a se enveredar pela via da fama e dinheiro a qualquer custo. Praticamente um "atestado de trouxa" a quem corre atrás, se esforça, enfim. Um ode ao efêmero.
Efêmeras são aquelas coisas prazerosas, excitantes, que saboreamos ou curtimos muito, mas que tem exatamente uma data de validade ou um final, tal qual aquela cervejinha ou refrigerante deliciosos em dia de sol escaldante: uma hora acaba, apesar da refrescância do momento, que valeu a pena! Momentos que valem muito a pena, que merecem ser repetidos muitas e muitas vezes, mas que infelizmente tem ponto final. Ao contrário do que é eterno, que não tem fronteiras, que sacia sem saciar.
Aí é que entra o slogan deste aniversário: "rumo à Eternidade". Não aquele "rumo à eternidade" que se esquece dos momentos efêmeros que tanto fazem essa vida na terra valer a pena. Ou pior: um sem-rumo à eternidade, colocando o efêmero como finalidade de tudo o que fazemos e o que seria eterno pra baixo do tapete, pra depois se ficar borrando de medo da amiga Morte. Esse "rumo à Eternidade" tem que utilizar o que é efêmero como parceiro, como meio para a verdadeira finalidade. Começamos a caminhada rumo à Eternidade sendo muito felizes nessa vida, curtindo cada efêmero que aparecer como meio para nos ajudar a construir amizades, virtudes, experiências positivas. De momentos que poderiam ser efêmeros podem surgir, vejam só, o amor de sua vida, a oportunidade de ouro de uma viagem ou trabalho, a realização de sonhos. E desses efêmeros, "tcham": a construção de tantas coisas que levaremos para a eternidade, e deixaremos para as próximas gerações! A Eternidade é o Céu, e também é esse rastro tão vistoso que deixarmos aqui, para os que vierem depois de nós. Quem tem em mente fazer esse Eterno já não tem medo de aniversário, ou de falar a idade: sabe que cada dia, cada ano, é um passo para o Eterno, o que vai saciar em definitivo e enxugar a lágrima dos olhos! E não nossa ausência física, mas sim a presença viva de tudo de bom que deixamos aqui, sejam bens, experiências, amores, amizades!
Mantenhamos essa fé no Eterno, sem se esquecer do efêmero que vai ajudar a sedimentá-lO. Fé é uma palavra fundamental, condição "sine qua non" para se apostar na Eternidade. Do contrário, sem essa fé, a solução será somente apostar naquilo que se esvai depois de consumido. E na hora do aniversário, daquela dificuldade ou do vamos ver... que medo! Pra quem tem fé, basta lembrar daquela frase: "Não temais!". Como diria uma amiga minha, o Eterno é logo ali!
Um brinde a cada aniversário, a cada passo que nos leva rumo à Eternidade, que é o que verdadeiramente importa!
São Paulo, 01/02/2011. W.E.M.
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