Peraí... o que eu, são-paulino até o último fio de cabelo (como dito no blog), estou fazendo aqui elogiando o Peixe numa crônica?
Calma, calma. Continuo sendo e serei sempre Tricolor. Mas tenho dois motivos para trazer à lembrança a molecada santista. Primeiro, pelo fato de ser amante do futebol-arte: seria uma ignorância crassa de minha parte se desprezasse o que essa molecada fez em campo: um banho de bola, e isso os amantes do futebol merecem aplaudir, sempre! Segundo, porque o que mais me admirava no futebol daqueles garotos era essa ânsia por atacar. Tomavam dois a três gols por jogo, se o time adversário era bom. Mas faziam quatro, cinco, seis! E só os venceu em 2010 (inclui-se aí o meu Tricolor) quem usou do mesmo veneno: atacando, para assim não ser atacado.
Essa "ponte" com o futebol era necessária para ilustrar essa crônica. Para atingir nossas metas, realizar aquele sonho ou vencer aquele desafio ou situação, precisamos muitas vezes jogar pesado como os Meninos da Vila: no ataque. Para a realização de nossos sonhos, conquistar aquela pessoa, bem ou objetivo diverso, a retranca é uma estratégia bastante arriscada. Há milhares de chavões que ilustram essa retranca: "dinheiro não cai do céu", "Deus ajuda quem cedo madruga", "quem planta, colhe" e por aí vai. Mas a própria experiência da vida mostra que jogar na defesa pode até esporadicamente dar certo, mas também pode custar muito caro (como acontece na maioria das vezes).
E o que seria jogar na defesa? Ser retranqueiro é não correr atrás daquele trabalho, oportunidade de estudo, pessoa, propósito, por pura e simples preguiça, medo ou por simplesmente parecer "mais fácil". De fato o é: pra que gastar condução, horas a fio numa fila, uma entrevista que já sabem no que vai dar ou gastar minha lábia e tempo com aquela pessoa, se "não vai dar certo"? Melhor ficar na minha, esquecer, que "uma hora cai do céu", ou então "melhor não arriscar". Um grave erro que muitos de nós cometemos, e que só depois de algum tempo nos damos conta, depois que percebemos que poderíamos ter arriscado mais.
Numa conversa com um amigo há uns quatro anos, em um momento de importante decisão, ele me disse: "pelo menos você nunca vai poder se arrepender de não ter tentado". Talvez essa fala se ajuste a cada um de nós nesse momento: afinal, em algum assunto lá escondido, ou objetivo ou propósito a ser almejado, talvez estejamos sem o devido poder de ataque, numa retranca intransponível, quando a melhor atitude seria... atacar! Não um atacar sem pensar, mas objetivo, cirúrgico. Uma pessoa próxima, que não estava conseguindo um trabalho por pura preguiça, se decidiu, correu atrás e conseguiu. Outra estava se sentindo sozinha, foi atrás e hj possui um companheiro. E outra queria comprar uma casa, juntou um dinheirinho, fez bicos, e deu entrada na casinha sonhada, entre vários outros "causos" de sonhos, heheh! Ao acordar, se pararmos pra ver, sempre temos uns pontos a atacar, a mudar ou manter firmes, mesmo que sejam miudezas (fazer um exercício, levantar ou deitar mais cedo, beber mais água ou menos café, enfim...). Todo dia estamos chamados a partir ao ataque para, se não sairmos vitoriosos (normal), jamais podermos ser chamados de covardes na luta (frase meio "militar" essa, mas não encontrei outra mais imponente, hehe).
Que tal, então, tirarmos um grande propósito por sermos mais "camisas 9" e menos "camisas 3"? Afinal, temos uma lista de coisas pra resolver hoje amanhã e sempre, e para ir superando esses obstáculos dia após dia, só com um grande poder de ataque. E a realização de nossos maiores sonhos, secretos ou não, vão depender desse nosso poder de fogo!
São Paulo, 14/01/2011. W.E.M.
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