segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Crônica - Ano III - Nº 145 - "Azar, sorte, destino e afins"

No último sábado tive a oportunidade de assistir e debater com os amigos um filme que, num primeiro momento, pareceria bem "clichê": sequestro de um metrô, policiais, helicópteros, um herói, um vilão... Entretanto, a discussão levou à consideração do diálogo entre dois personagens do filme: "teria sido destino você me encontrar?". "Não, foi azar, mesmo". E nessa discussão sobre a existência de um destino, de um azar ou sorte, do imponderável...

Afinal, há um destino que nos guia? Ou somos alvos do acaso, da sorte ou do azar? Uma pergunta complexa, muitíssimo complexa!

Eu sou adepto de que o ser humano na verdade não possui simplesmente um destino, mas sim o imponderável, o inesperado. Daqui a pouco vai começar um novo dia, um novo ano, vamos tomar o ônibus ou partir com nossos carros para os mais diversos compromissos. E o que será dessa jornada? Pouco sabemos. O ser humano possui uma certa capacidade de intuição, mas de previsibilidade, aí já é mais difícil. Não é de hoje que o homem possui uma verdadeira fascinação pelo tema: filmes, músicas, pinturas e poesias mencionaram e mencionam o homem em sua busca por descobrir o que ainda está por vir, mas nada muito avançado além disso. O mistério do imponderável continua.

Apesar, entretanto, desse mistério estar de pé, sou adepto também de que o homem é o principal responsável por esse direcionamento rumo ao imponderável. O dia pode ter uma série de novos fatos, circunstâncias imprevistas, mas nada impede de que planejemos nosso dia já absorvendo esses imprevistos. Podemos planejar os próximos meses, dias, semanas, amanhã, daqui a pouco, e não serão raras as vezes em que iremos acertar. Agora mesmo, ao ler essa crônica, você talvez tenha uma ideia do que vai fazer daqui a alguns momentos. Temos planos, objetivos, etapas a serem vencidas pra daqui a pouco... não somos seres que vão a esmo! E por esse motivo, temos forte poder de decisão nos planos futuros, para o acerto... ou o erro!

Quer dizer, então, que esse negócio de predestinação é besteira? E aqueles que têm visões, premonições? Olha que há casos comprovados de previsão... Bem, esses casos podem existir, mesmo. Mas, como mesmo diz a ciência, trata-se de algo inexplicável, fora do comum. O comum é irmos de encontro a novos acontecimentos em voo cego, com planos e previsões otimistas ao máximo, mas nada de antevisões. Somos pessoas comuns, sem dons paranormais (quem tiver, dá um toque que eu cito nessas linhas, heheh!), direcionadoras de nosso destino para o bem, ou para o mal. Não creio num destino já predeterminado, onde o que fizermos "estava escrito nas estrelas", "era inevitável". Pelo contrário: cada dia vamos traçando nosso destino e passadas. Muitos "preguiçosos" e conformistas utilizam da ladainha de destino pra justificar fracassos ou não arriscarem alto em grandes projetos! Que tal, ao invés de já pensarem num destino pré-fabricado, pensarem num destino a ser construído?

O único que sabe de nossas opções de destino aqui nessa Terra, e pode nos direcionar para que seja um bom destino é Deus. Esse mesmo Deus, que deu ao homem o dom da liberdade de ação, quer com certeza que essa liberdade seja guiada para um destino seguro, de êxito. E como podemos fazer isso? Com um trato cada vez mais íntimo com Ele: é por meio dessa intimidade que o homem pode ouvir os "sopros" de Deus de para onde podemos guiar nosso barco. Aliás, essa intimidade com o Criador também permite que nós, ao invés de esquentar a cabeça e fazer planos mirabolantes para um futuro longínquo, nos centremos no "hodie, nunc", o hoje, agora! Construir o destino, o futuro a partir da plena vivência do presente, sem medo do que virá pela frente. Venha o que vier, se vivemos o agora com plenitude, o imponderável não nos pegará de surpresa!

Temos planos? Queremos saber de nosso futuro? Comecemos então por saber como está nosso agora, sem se segurar em palavras-clichês como acaso, sorte ou azar.

São Paulo, 27/09/2010. W.E.M.

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