domingo, 10 de outubro de 2010

Crônica - Ano III - Nº 146 - "Reordenança"

Em primeiro lugar, quero me desculpar a todos aqueles que talvez tenham entrado neste Orkut em busca de novas atualizações, crônicas e coisas do tipo. Os últimos dias foram muito, mas muito corridos (trabalhei nas Eleições-2010, fechamento de notas, aulas do Mestrado, curso de efetivação de professores, cirurgia no pé... ufa!), e mal tive como postar minha nova crônica. Assim, tomei a decisão de, com o início do Ano IV de crônicas passar a escrever quinzenalmente minhas crônicas. Não pensem, entretanto, que fiquei feliz com essa situação, heheh! Muito pelo contrário: escrever para mim é uma terapia, relaxante, um desabafo. Porém, como diria um famoso comentarista esportivo, "o tempo urge", e preciso equilibrar todas essas ações num processo de reordenança!

Palavra difícil essa, hein? O que seria "reordenança"? Neologismo?

Não, meus amigos: reordenança nada mais é do que um processo de reajuste nos horários, tarefas, compromissos, de maneira a poder dar conta do recado em todas as frentes de trabalho em que estivermos envolvidos. E num mundo dinâmico como esse que vivemos, não parar para fazer essa reordenança é condenar-se futuramente a sucumbir perante o tempo e à nossa mania de sempre querer fazer mais, mais e mais, sem se dar por conta do risco que corremos em "abraçar o mundo".

Nas duas últimas semanas, esse tema veio à baila: vi uma reportagem em que mostrava um famoso empresário que se gabava de trabalhar 12 horas por dia sem dispensar a academia, os amigos, a família e tudo o mais no mesmo dia. E também, em conversa com alguns amigos, o tema do tempo veio à pauta: como conciliar todos os compromissos com qualidade, sem deixar lacunas?

Talvez o primeiro passo seja não confundir quantidade com qualidade, nas questões do tempo. Tem gente que acha que quanto mais tarefas, melhor... é status ter muitas coisas, estar atolado de tarefas. Mas, ao invés de trabalhar essas 1001 tarefas com qualidade, esquecem-se desse detalhe e preferem "ir tocando", levando as tarefas e compromissos às meias: é melhor tirar nota 5 em tudo do que ter um ou dois compromissos fixos com nota 10. E um detalhe importante a acrescentar, dito no parágrafo anterior: nessa correria diária, nós mesmos estamos nesse fogo-cruzado, correndo o perigo de ceder a esse fato, e é muito provável que já tenhamos várias vezes tropeçado nesse quesito. Então, o que fazer? Começar de novo, e fazer uma nova reordenança. Ver o que estamos descuidando, as prioridades, fazer um bom planejamento (se possível, diário), e "ir pras cabeças".

Uma coisa é importante ressaltar nesse processo de reordenança: nem tudo sairá conforme o figurino, tipo 10/10/2010, hehe. Muito do que planejarmos nem sempre irá se cumprir, e sempre estamos sujeitos às armadilhas do imprevisto. Porém, quando temos ideia do que nos espera, das atividades previstas e daquilo que de fato poderemos dar conta do recado, qualquer imprevisto torna-se de repente algo "previsto". Um exemplo simples: aquela pessoa que foi para a entrevista de emprego sabendo que em seu trajeto haviam obras. Ela, então, saiu com quinze minutos de antecedência prevendo que perderia esses mesmos quinze minutos ao passar por aquelas obras. Eis uma situação que pode se encaixar em nossas vidas, não é mesmo?

O negócio, portanto, é abraçar os compromissos que podemos abraçar de verdade, sem dar "abraços a meias", e ver o quanto que esses compromissos são prioritários. Nao fiquemos preocupados em querer fazer tudo, pois o que vamos ganhar no máximo é uma úlcera ou uma gastrite ocasionada pelo stress. Primeiramente, pôr a cabeça naquela tarefa que se coloca ali, para fazer naquele momento, e depois outra e outra, fazendo o que se deve e estando no que se faz. e, de grão em grão, tudo aquilo que planejamos sairá no momento e na medida certa, sem atropelos e com reordenança.

Como vovó já dizia, "cada coisa em seu devido tempo". Vamos, então, reordenar nosso cotidiano?
 
São Paulo, 10/10/2010. W.E.M.

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