Bem, a ideia inicial era fazer uma crônica em tributo à minha avó paterna, falecida na última sexta-feira. O tema seria o mesmo que coloco nestas linhas. Mas vou aproveitar o gancho desse acontecimento e emendá-lo em outro: o aniversário de meu irmão Adriano.
E como emendar os dois temas num escrito só? Pelo simples fato que escrevo estas linhas falando de pessoas insubstituíveis. Únicas, com um comportamento e um jeito de ser que não podem ser imitados, clonados ou qualquer outra coisa. Assim como os seres humanos, tão diferentes entre si, tão únicos.
O contato de todos nós com nosso próximo geralmente é agradável justamente por essa característica tão peculiar do ser humano. Quando topamos com uma pessoa, eis um estilo, jeito, gostos, comportamento, características físicas que pertencem àquela pessoa, e de mais ninguém. Certa vez, meu irmão comentou de uma pessoa que o imitava nas roupas, músicas e mesmo através dos gestos. Talvez o leitor já tenha também um "causo" sobre alguém que o imitava, tal qual aconteceu com meu irmão. Mas não se preocupem: por mais que haja uma imitação de roupas, gostos e o escambau, tem uma coisa que os outros não poderão imitar... e ela não se vê, está dentro de cada um de nós. O caráter.
Um ser humano é insubstituível, inimitável não só pela questão física ou estética. A grande chave para isso é o caráter de cada ser humano: ele é insubstituível, único. Posso me vestir e fazer uma plástica pra ficar igual ao astro do rock, mas por mais que eu saiba suas músicas de cor, não serei esse astro do rock. Meu caráter não é o dele: ele tem um modo de pensar e agir, uma subjetividade na qual nós não temos acesso. Olhemos para as ruas da cidade: não veremos um só ser humano de caráter igual ao do vizinho. E é essa uma das características que nos fazem seres peculiares, prediletos do Criador.
Outro ponto que podemos considerar é: se não podemos imitar ou substituir nosso próximo, ao menos podemos pegar as características mais marcantes, suas virtudes e conduta: pegarmos um pouco para nós. Com certeza já pegamos emprestado de várias pessoas um pouco de seu modo de ser e agir: "puxa, aquele fulano é super alegre", "a beltrana é estudiosa", "sicrano é ordenado", e assim por diante. E esse "pegar emprestado", seguir o exemplo, aumenta de gradação à medida que as pessoas nos são mais próximas. Pois bem, nossos parentes mais próximos (pai, mãe, avó, tio, irmão, primos) saem na frente nesse quesito. São eles nossa melhor fonte de virtudes e conduta a se pegarem emprestados, aprendermos. Olhando para todos os presentes no velório de minha avó, pensei: "todos os que estão aqui levam certamente, em suas condutas e jeitos de ser, o exemplo de minha avó. Muitos daqui a imitam em muitas coisas!". Não há melhor herança para deixarmos nessa terra do que esse baú de virtudes e benfeitorias para os outros que prosseguem em sua jornada rumo ao Eterno. Temos a aprender dos nossos mais próximos, ou mesmo daquele com quem nos toparmos pela primeira vez. A vida é um constante aprendizado, e quando temos maravilhosos exemplos pré-moldados para servirem de inspiração, fica mais fácil aprender.
Portanto, insubstituíveis: assim somos todos nós. Minha avó, meu irmão, eu, você... Somos únicos. No entanto, cabe agora nos examinarmos para ver se nosso caráter, jeito de ser, pensar e agir servem de inspiração para os que nos cercam agora, deixando um belíssimo legado para as próximas e próximas gerações... tal como minha querida avó o fez. Pois é por essa forma que poderemos saber se nossa insubstituibilidade valeu a pena, ou foi um fracasso. Fracasso esse que minha vó não conheceu e que meu irmão não conhecerá, com toda certeza!
PARABÉNS, MANINHO... E ATÉ LOGO, VÓ!
São Paulo, 07/07/2010. W.E.M.
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