Sempre dedico uma de minhas crônicas de Maio para falar sobre as mães e, automaticamente, da maior das Mães. Neste ano, quero louvar a fé, a fé de coração que as mães trazem consigo.
Uma mãe de verdade é daquelas que não joga a toalha, vira leoa para defender seu filho. Não faltam casos e anedotas de mães que fizeram impossíveis para defender a cria. Também é muito comum vermos mães rezando por seus filhos, cheias de ardor. Nas últimas semanas, houve na família um problema de relacionamento, que acabou chegando aos ouvidos de minha avó materna. Ela, sem pestanejar ao saber do problema que envolvia uma de suas filhas, soltou no ato: "vou rezar já para esse problema se resolver". Na história da humanidade, vemos mães célebres pela fé, também: quem não lembra da história de Santa Mônica, que rezou durante anos e anos pela mudança de comportamento do filho, um verdadeiro devasso? O resultado? O surgimento de um dos maiores santos e pensadores da humanidade, Santo Agostinho. Vitória da persistência.
Nesses tempos de falta de fé, onde é comum vermos tantas e tantas pessoas deixando-se levar pela torrente de um mundo apático e tomado pela visão materialista e indiferente, o coração de mãe e sua fé valente apresenta-se como um caso muito sério, e tábua de salvação para os sentmentos mais nobres e humanos. Há alguns meses, fiquei triste ao saber de um amigo meu que "jogou a toalha" da fé, parou de rezar, talvez pela aparência de que "não funciona", ou de que "estou perdendo tempo". Razões sem qualquer razão: a palavra fé já diz tudo, é acreditar no que parece inacreditável, apostar no que parece (só parece) uma perda de tempo. Uma pessoa que joga sua fé em algo maior na lata do lixo está fadada a se segurar em efêmeros motivos materiais que, quando se dissolvem, fazem com que a pessoa caia num vazio, um buraco negro, pois perdeu-se o sentido da vida, errou-se o caminho. Não à toa, enquanto vão aparecendo das catacumbas alguns ateus ou combatentes contra a fé, aumentam na mesma proporção os clientes em clínicas psiquiátricas ou nos consultórios de analistas, em busca de um entendimento próprio, após um acontecimento mais grave. É emblemático o caso de Voltaire, uma das pessoas que mais atacaram a fé na História e que, quando caiu no leito de morte, pediu primeiramente a presença do padre. Paradoxal.
Portanto, que tal aproveitar esse mês tão inspirador que é Maio e render-se aos encantos da fé materna, uma fé do fundo do coração, com sangue nas veias? A fé é um excelente combatente da apatia, da tristeza, do egoísmo, e ao mesmo tempo nutre nossos melhores desejos e sentimentos. Homens e mulheres de fé atraem os que estão ao redor, pois não deixam a peteca cair, sabem ver o bom no ruim, e principalmente: zelam pelas verdadeiras amizades e sentimentos. Eles rezam, pedem mesmo pelos parentes, pelos amigos, e acreditam sempre numa frase latina, que é verdade: "omnia in bonum", tudo é para bem, pois sabem que há uma Onipotência que zela por nós, nos ama acima de tudo, e que dirige nossas vidas para o bem, para a Eternidade, seja pelas alegrias tão sensíveis agora, seja pelas tristezas que só entenderemos mais tarde.
Que este século XXI possa ser marcado por ser um século da volta por cima da fé. Mesmo porque, se continuarmos a caminhar por caminhos simplesmente materiais e pouco transcendentes, estaremos rumando a um tremendo precipício, e os mais agourentos esperando "2012", para ver se há alguma esperança.
São Paulo, 13/05/2010. W.E.M.
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