E juntando com o tema da Semana Santa, temos aqui um belo tema para mais uma crônica. Afinal, a Semana Santa é inspiradora para que olhemos para o horizonte e repensemos um pouco sobre nós mesmos.
Nos últimos dias, de tanta correria por entrega de projetos, trabalhos e concursos, andei pensando em como minha rotina mudou de 2009 para 2010. Em como a nova carreira entrou com tudo em meus dias, em como minhas passadas pela USP para visitar os amigos diminuíram, e também em quais os novos desafios que essa doce vida está colocando adiante, no horizonte. Talvez justamente esses novos desafios estão agora cobrando seu "pedágio": a mudança de focos e de atuação em diversos âmbitos.
Esses dias de Semana Santa, que contam cada passada de Jesus Cristo e como Ele se entregou por cada um de nós, mostram também como pano de fundo como tantas pessoas, naquela ocasião, acordaram para a vida e olharam o horizonte que as esperavam. O próprio Cristo, ao subir com a Cruz rumo ao Calvário, com certeza não olhava para baixo: olhava, sim, para cima, olhando o horizonte e em quanto a humanidade receberia em consequência por aquele seu gesto divino. São Pedro acordou depois de sacar sua traição, e olhou no horizonte que não poderia deixar de ser a pedra da Igreja: chorou e foi à luta. Ao contrário de Judas, que olhou para o horizonte e, ao invés de buscar a inspiração do perdão, preferiu se enforcar.
Fico imaginando todas as pessoas que seguiram de perto cada estação daquela Via-Sacra, em quanto aqueles acontecimentos a fizeram olhar para o horizonte, nem que seja num lapso. Já por estes dias santos veremos pessoas se aproveitando da grandeza da data corrente para ver: em que posso crescer? Qual o desafio e o rumo de minha vida? O que vem depois da curva: estou pronto? Quem está ou poderia estar comigo? Enfim, reflexões não faltam a serem feitas, se aproveitando da data.
Um gênio da crônica esportiva e um dos meus inspiradores para escrever, que faleceu justamente por esses dias (ah, mestre Armando...), dizia: "existe uma mudança extrema na vida do ser humano que é a mudança da vida para a morte. (...) E a morte não é o fim do mundo, mas sim o começo de outro mundo, porque a vida é exatamente mudar". Pois bem, meus amigos: estamos em constante mudança, e cada dia é um dia diferente. Ocasiões diferentes surgem, novas pessoas, novos desafios, novas oportunidades de olharmos para o horizonte e vermos: "o que me espera?". Agora, o fundamental é sempre trazermos conosco, como num "continuum", todos aqueles que escreveram nossa história. Se os desafios forçam nossa ida adiante e não permitem voltarmos ou agirmos da maneira que queremos, não fiquemos tristes: atuemos, olhemos pois para o horizonte, e levemos em nosso avançar essas pessoas, sempre buscando na medida do possível uma oportunidade de vê-las pessoalmente e recuperarmos as energias.
Temos fases, muitas fases, e talvez esses dias de Páscoa batam à porta colocando diante de você essa nova fase e postura, um novo olhar de horizonte. Se pararmos para pensar, desde nossa infância para cá vivemos muitas fases e novas maneiras de olhar para o infinito, mas sempre trazendo as boas lembranças e o que pudermos carregar desses tempos áureos. Exatamente hoje, nesse instante, pode estar cruzando nosso caminho algo ou alguém que merece entrar para essa nossa carga de vida e nessa paisagem que devemos olhar, no horizonte. Certa pessoa me dizia que tinha por "defeito" olhar demais para o amanhã e para o futuro: mas nunca é demais pensar na vida, no amanhã.
Que essa Páscoa seja para todos nós dias de reflexão, paz, alegria e, porque não, chocolate. E que possamos nos inspirar justamente Naquele que abriu para todos nós um Horizonte maravilhoso com sua entrega na Cruz: o Horizonte da Eternidade.
São Paulo, 30/03/2010. W.E.M.
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