No mundo agitado que vivemos, vemos muitas pessoas com várias tarefas e missões ao mesmo tempo pra cumprir, inclusive nós. Conversando com um amigo meu na última semana, este me disse sobre mais uma atividade que ele passou a fazer, em conjunto com outros dois trabalhos, namoro, projetos e o escambau. Cada um de nós também temos várias atribuições diariamente. E eis que
vem a pergunta: que fazer?
Primeiro, é importante ressaltar que a qualidade de um trabalho bem feito independe da quantidade de tarefas. Não é que uma pessoa possua muitas obrigações que ela seria mais preguiçosa. O diferencial está no empenho colocado em cada tarefa, sem deixar todas somente pela metade. Uma pessoa que tem a ideia de ter um dia de 25 horas, ao invés de ficar acumulando mais e mais coisas pra fazer, se planeja com o que tem e com o que pode aparecer, e consegue executar tudo em seu devido tempo.
Quando falamos de "dia de 25 horas" na verdade não falamos de muitas tarefas sufocadas, mas sim de tarefas planejadas. As pessoas de 25 horas sempre conseguem uma brecha para um compromisso, o estudo, a saída com os amigos, o esporte, de maneira equilibrada. Para exemplificar, basta vermos o exemplo de grandes executivos, que conseguem planificar tudo nos mínimos detalhes (claro que eles têm uma secretária, hehehe). Mas não é necessário que tenhamos uma secretária para termos um dia de 25 horas semelhante ao do executivo.
As pessoas de 25 horas sabem dizer "sim" e "não" para as tarefas que aparecem. E como custa dizer "não"... geralmente temos a tendência de não recusarmos oportunidades que vêm pela frente. E assim, quando vamos ver, temos pessoas que foram dizendo "sim, sim, sim", e quando vai ver não honram com os compromissos assumidos. Lembro de uma história em quadrinhos que li há alguns anos, onde a personagem não conseguia dizer "não". Resultado: ela se endividou, namorou duas pessoas ao mesmo tempo que ela tinha dito "sim", marcou no mesmo horário um cinema, o shopping e o cabeleireiro... enfim, virou escrava do "sim". Será que sabemos equilibrar o "sim" e o "não" em nossas vidas? Ou só sabemos dizer "não" para tudo o que aparece, sendo chatos, ou dizendo "sim", e assim sendo imprudentes?
Não caiamos na armadilha do mundo moderno de fazer ou priorizar mil coisas ao mesmo tempo. Façamos uma, duas, a quantidade que seja, mas congruentes com nossa capacidade de levarmos esses desafios ao extremo, sem deixá-los pela metade. O que é melhor: uma ou duas obras bem acabadas, ou dez pela metade?
Agora, uma vez você ter "comprado a briga" das tarefas a serem feitas, vá até o final. Deixe o tempo necessário para cumprir bem cada uma delas, marque numa agendinha, combine bem. Mas não faça falsas promessas: os resultados podem ser desastrosos. Diga às pessoas interessadas sobre até quanto você pode levar as tarefas, e se for o caso abra mão de uma não tão importante para o momento. Certo amigo falou-me uma vez de que queria fazer Direito e Filosofia ao mesmo tempo. Até começou, mas não conseguiu levar os cursos e tomava zero atrás de zero. Assim, ele decidiu fazer primeiro Direito, e depois Filosofia, e como os resultados mudaram. Vieram notas altas sucessivas em ambos os cursos, mas cada um no momento certo, sem misturas. Meu amigo percebeu que cada qual tinha seu momento.
Você tem alguma prioridade no momento? Não invente: cuide dela, e não a misture com outras falsas prioridades. Cada coisa em seu determinado tempo. E aí sim, seremos surpreendidos, pois teremos 25, 26, 30, 50 horas em apenas 24, pois conseguiremos tirar de cada tarefa o seu máximo, e não partezinhas.
Prioridades com "P" maiúsculo já. E um belo fora para as pseudo-prioridades com "p" minúsculo, tão capazes de nos afogar.
São Paulo, 23/03/2010. W.E.M.
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