Vou contar uma prática minha, que aprendi e que vivo há quase dez anos: parar alguns momentos do dia para desligar os motores e me dirigir ao Criador. Esta prática com certeza não é só minha: muitas pessoas acordam cedinho e a primeira coisa que fazem é dirigir uma oração a Deus, agradecendo mais um dia e pedindo forças. Em certo livro, vi uma vez como uma das pessoas mais puras que já passou pela face da Terra, Madre Teresa de Calcutá, iniciava seu dia de caridade ao extremo: às cinco da manhã, em ponto, ficava uma hora em colóquio com Deus, pedindo forças para não desanimar em mais um dia que iria começar.
Obviamente, somos bem diferentes da Madre Teresa. Estamos no meio da multidão, correndo atrás de nossos sonhos, batalhando em nosso trabalho. E nossa oração não será no mesmo estilo que ela fazia: como encaixar alguns minutos de nosso dia para fazermos nossa reunião com o Pai?
Outra pessoa querida comentou: "minha fé é pouca". Fazer uma oração independe do nível de fé (como medi-la?). Basta querer elevar a Deus algumas palavras que facilmente poderiam ser dirigidas aos nossos amigos, conversar com Ele. De que temas? Vários podem compor seu repertório: falar sobre Ele mesmo, sobre você e seus problemas, seus sonhos, seus amigos, parentes, amores, estudos, planos para o dia... quanta coisa! Em uma história real, certo militante comunista prometeu, em agradecimento pelos préstimos que um bispo no Vietnã havia lhe concedido enquanto esteve preso, rezar na igreja matriz. passados alguns meses, esse bispo recebe uma carta do comunista, com este lhe dizendo: "olha, estou cumprindo a promessa. Aos Domingos, eu me dirijo à igreja que foi destruída pela guerra e peço assim: 'veja, não sei rezar: sou comunista, não sou sequer cristão. Então, peço por tudo que o bispo lhe pedir'". Certamente essa oração foi mais ouvida do que muitos sermões de duas horas colocados por aí, pois foi do fundo do coração, remetida para Deus. Nós, nesse instante, com certeza temos algo ou alguém por quem pedir, por quem rezar. Quantas pessoas não encontramos no dia anterior, e quantas não encontraremos? Quantos negócios, quantas causas?
Hoje muitos perderam a prática de, nas 24 horas do dia, pelo menos dirigirem um minuto a Deus e deixar nas mãos Dele os acontecimentos do dia. Várias pessoas preferiram entrar na meditação "yoga", deixando a cabeça vazia de tudo, querendo paz. Meditar é benéfico, mas quando se medita em direção ao Onipotente, é possível sentir que temos alguém lá em cima que quer compartilhar de nossa caminhada e vai nos ajudar. E tem mais: só lá em cima iremos saber das pessoas que rezaram por nós, dedicaram um minutinho com Deus pedindo por nós. Talvez nesse instante, há uma pessoa pedindo por você, leitor.
Um tempo de oração sincero, bem rezado e recolhido vale muito mais que várias sessões com analistas, que no final irão indicar um remédio tarja-preta, se você tiver problemas crônicos. Muitas respostas que nós procuramos podem estar escondidinhas numa parada rápida para rezar. Se você ainda não tem esses minutos pra bater um papo com Deus, está convidado a reservá-los em algum lugar de escolha: na igreja mais próxima, no ônibus, antes de comer... opções não faltam. E se vierem nos pensamentos "puxa, não tenho fé" ou "não sei rezar" quando você tentar fazer oração, fique tranquilo (a): você, como diz um querido homem muito santo, já começou a fazer oração sem saber.
Como disse certo militar, o mundo está complicado por ter mais batalhas sangrentas que orações. Logo, que tal pegar essas mazelas diárias e compartilhá-las com Deus? Ele com certeza terá o maior prazer de dar seu "Toque" em nossa jornada.
São Paulo, 09/03/2010. W.E.M.
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