domingo, 28 de fevereiro de 2010

Crônica - Ano III - Nº 118 - "Pleonasmo: mãe é vida"

Aproximando-se de 08/03, Dia Internacional da Mulher, geralmente escrevo sobre a mulher: comportamento, visão dos homens para com elas, etc. Neste ano, a missão se tornou mais interessante, pois no espaço entre as crônicas há o aniversário de minha mãe (27/02).

Logo, quero falar sobre um aspecto, característica e missão que torna a mulher um ser tão peculiar: ser mãe, gerar uma vida e zelar por ela.

Certo filme sul-africano mostrava um bandido que acabou seqüestrando por engano um bebê. O bandido, durão, fez o possível para cuidar dele. Até que ele encontrou uma ama-de-leite que passou a amamentar a criança, lavá-la, cuidar e trocar a roupa dela, com o carinho de uma mãe. Em certo momento, não querendo dar tanto trabalho à moça, ele roubou leite em pó e mamadeiras para cuidar da criança, tentando assim bancar a "mãe". E a ama-de-leite foi taxativa: "você pode ter quantas latas de leite quiser, mas não conseguirá exercer o papel de mãe", isto é, oferecer o alimento das próprias entranhas para o filho.

Taí um excelente ponto que geraria milhares de mesas-redondas pelo mundo neste 08/03: a mulher e seu papel de mãe. Vários podem contar suas experiências com suas mães, ou mesmo como mãe: esforços e carinhos para com os filhos, educação, atenção, doação. Uma amiga minha falou recentemente do sofrimento que foi ter de deixar o filho com a avó por um espaço de tempo para terminar a faculdade em outra cidade: era como se estivesse deixando na cidade natal um pedaço da própria carne. E quanta doação nossas mães não tiveram para conosco? Mães casadas ou solteiras, correndo atrás do leite das crianças e virando verdadeiras feras para defender sua cria.

O pleonasmo "mãe é vida" deveria ganhar mais páginas do cotidiano. Isso porque é assombroso como surgem campanhas para arrancar das mulheres a capacidade única de gerar uma vida. Recentemente, fiquei estarrecido com algumas pessoas de convivência próxima (mulheres entre elas, inclusive) elaborando uma "marcha pró-aborto". Ou ainda: muitas mulheres trocando uma criança por um cachorro, uma cobra ou um demônio da Tasmânia, pois "gasta menos", "dá menos trabalho". Interessante é notar como os "pró-aborto" defendem os bichinhos antes do ser humano. Matem os fetos, mas salvem as baleias e árvores. O Dia Internacional da Mulher precisa trazer como reflexão o quanto milhares de mulheres compraram o discurso hipócrita colocado acima e hoje lançam mão de um falso feminismo, que acha que a mulher deveria parar com esse negócio de "parir" e dar atenção à crianças "remelentas". A queda da taxa de natalidade pelo mundo afora é uma conseqüência desse novo "feminismo".

Esse novo feminismo diz que as mulheres decidem pela vida do nascituro: se ela for estuprada, o menino que vai nascer seria uma atentado contra seu direito de decisão. Mas já paramos pra pensar que a vaidade de muitas mulheres funcionaram como incitação a atos indecentes? Quantas optaram por modelitos seminus, músicas e danças lascivas, ou namoricos por mero prazer, portas de acesso para uma "gravidez indesejada"? É o nascituro pagando o pato pela insensatez de muitas mulheres que alimentaram seu ego, e agora querem dar cabo do direito de ser mãe e gerar e conservar uma vida.

Já imaginaram se nossas mães (a tua mãe) te fizesse de bode expiatório: em nome da "independência" ou "direito de decidir", matar-lhe em uma clínica dessas? Ou ainda: que combinasse com o marido a justa substituição de você por um gato persa? Nada contra os animais, mas é difícil ver como os mascotes passaram a ser objetos de desejos de uma família, ao invés de uma criança.

Eis um grito de guerra que as mulheres poderiam soltar no 08/03: "Mulher=Mãe=Vida". E assim dar um basta aos fanfarrões que esqueceram que tem mãe e querem minar da mulher essa capacidade, em prol de interesses nefastos. Assim, todos nós (os de hoje e os de amanhã) poderemos comemorar o niver de nossas mães, tal como eu fiz neste 27/02.

São Paulo, 28/02/2010. W.E.M.

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