terça-feira, 27 de outubro de 2009

Crônica - Ano II - Nº 101 - "O tempo e o momento"

Vai terminando mais um mês avassalador, Outubro! A sensação, para mim, é de estar num funil, ao pensar neste final de 2009: vai passando os dias, e a sensação é de as coisas estão afunilando, como que passando pelo espaço estreito do funil: reuniões, projetos, TGI (ai, jisuis!!!), etc, etc, etc...

Em contrapartida, com toda essa correria, muita gente ao redor, seja das antigas (como vi na última Feira de Ciências da Pedreira, no último domingo, e no último sábado quando, por uma felicíssima coincidência, na ida para um trabalho de campo revi uma amiga de escola que não via há quase 10 anos!), seja das novas (no mesmo final de semana fiz um trabalho de campo da matéria de Pedologia, e fiz amizades com muita gente das turmas de 2007/2008). Festas, concursos, a família... adrenalina! Momentos.

Saindo de Outubro, entraremos neste mês especial de Novembro, onde a questão da vida e da morte são lembradas por muitos com maior ênfase. Quero destacar aqui então, nesta crônica (aproveitando a adrenalina de Outubro), justamente dois elementos que compõem e apontam se estas duas questões de fato valeram a pena: o tempo e o momento.

Aparentemente essas duas questões parecem opostas: muitos preferem "dar tempo ao tempo", outros "aproveitar o momento". Mas não é assim: na verdade o momento está embutido no tempo. Pensemos nas corridas: para um piloto fazer o tempo perfeito num circuito, foram necessários vários momentos de atenção: uma curva bem feita, a 6ª marcha na reta, não deixar o carro perder estabilidade... Todos esses momentos constituirão o tempo perfeito que vai deixar o piloto na pole-position.

Da mesma forma em nossas vidas: o tempo total de nossas vidas, para se aproximar do "tempo perfeito", depende de muitos momentos. Encontrar ou conversar com uma pessoa especial, estar no lugar certo e hora certa para abraçar determinada oportunidade, e o principal: os diversos momentos que temos ao ler um texto da faculdade, na preparação uma aula, no escritório. Para o tempo valer a pena, é necessário o aproveitamento dos momentos, sejam bons ou ruins. Daí a necessidade do aproveitamento e organização do tempo: por eles é que os momentos podem aparecer e ficarem "à nossa disposição".

Matar o tempo, não por intensidade naquilo que se faz, é matar os momentos que poderiam aparecer em nossas vidas. Quantas pessoas que nós conhecemos não trocam a dinâmica do dia-a-dia por um belo sofá, trocando momentos de vivência por momentos de preguiça? Não conhecemos pessoas que, por total negligência, jogaram pela janela momentos que poderiam praticamente decidir sua sorte? Há sei lá quantas histórias de artistas famosos que, por uma festa ou ocasião que julgavam prazeirosa, jogaram suas carreira no lixo. E por aí vai. Esses são exemplos de sentenças de morte ao momento, logo sentenças de morte para o tempo: sentenças de morte da vida, e mesmo sentença de morte para a própria morte, pois quando chegar o momento derradeiro, poucos momentos haverão para coroar a "passagem".

Assim, o negócio é nos esforçarmos por não perder os momentos que farão nosso tempo, nossa vida, nossa morte. Acordar, com um sorriso no rosto do início ao final do dia, com vontade de "espremer" ao máximo os nossos minutos, à caça de momentos inesquecíveis, e não esperar que eles surjam do nada. Ir à caça do que (e de quem) vale realmente a pena, e colaborarão para a construção de momentos inesquecíveis, que tornarão nosso tempo eterno. Sem correrias ou tensões, que deixariam, obviamente, nossa vida maluca e sem nortes, e sim com ordem, planejamento, sabendo recomeçar dos erros (e reconhecer os mesmos) quantas vezes for preciso .

É dessa maneira, jogando com o tempo e o momento como aliados, é que faremos obras grandiosas todos os dias e em consequência faremos a vida valer a pena, e a morte será encarada como algo divino, pois sairemos de cena com sensação de missão cumprida de maneira grandiosa para os que vierem depois.

São Paulo, 27/10/2009. W.E.M.

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