quarta-feira, 22 de julho de 2009

Crônica - Ano II - Nº 87 - "Na arena de combate"

Entre os dias 17 e 19/07 (Sexta a Domingo), realizei mais um Retiro. Um momento em que, em silêncio, você e Deus ficam a sós. Pausa para ver no que você está acertando, quais suas pisadas de bola, fazer propósitos de crescimento interior e exterior, rezar pela família e amigos e pelas intenções destes... Enfim, um momento de renovação e apertar de parafusos.

Na última palestra que tivemos no Retiro, um dos pontos abordados foi sobre o que nos esperava em nossa volta para São Paulo. Se passamos dois dias e meio em silêncio, em paz para parar e pensar na vida, assim que terminasse o Retiro a batalha ia começar. Em São Paulo sai o silêncio, entra a correria, os contatos, o ambiente normal. Voltaríamos à arena de combate, após um tempo de reencaixe. E nessa arena, os combates da vida estariam nos esperando de braços abertos: as aulas, o Trabalho de Graduação Individual (vulgo TGI - motivo pelo qual demorei para postar a nova crônica, pois tava na arena pelejando contra o temido TGI...), as pendências e sono atrasado, o ônibus... a luta!

No final da palestra, o ponto crucial para não desanimar nesse combate: começar e recomeçar, não se abater se logo no primeiro dia de volta do Retiro o propósito já não vingou. Quem lutar até o final, conseguirá os prêmios.

Os dias de nossa vida estão muito longe de ser um mar de rosas. A cada manhã, o simples fato de ter de pular da cama já mostra como cada dia traz consigo um combate, e que temos de descer à arena. Amanhã mesmo você, leitor ou leitora, estará fadado a tomar aquele metrô apertado, encontrar aquela mala-sem-alça que convive contigo ou ouvir ou falar desaforos no trânsito, como motorista ou passageiro. Isso poderia ser um belo convite a desanimar e não querer lutar, desistir daquele plano proposto ou jogar a toalha naquele objetivo tão falado nos últimos tempos.

Dentro do ônibus, nos últimos dias, vi um casal com um livro de título "Nunca desista dos seus sonhos". O título é bem piegas, mas é capaz de nos trazer à realidade: aqueles que não atingem seus objetivos são justamente pessoas que diante do primeiro obstáculo deram as costas e não quiseram enfrentá-lo. Fazem a "política do avestruz", que diante do perigo põe a cabeça no buraco, pensando que conseguirá fugir da situação, quando na verdade está decretando sua sentença de morte.

Assim, ao termos em mãos um propósito concreto de mudança ou conquista, ou quando simplesmente temos mais um dia pela frente, não podemos fugir de nossa arena diária. Não é possível recordar de nenhum time sendo campeão sem ter passado pelo campo ou quadra, ou uma escuderia de Fórmula-1 vencer sem ter levado o carro para a pista, ou uma pessoa perder peso sem dieta e exercícios. Tudo que buscamos nessa vida não é fácil, e precisamos correr atrás. Mas se pelejamos, não baixamos a cabeça, vamos à arena, os sonhos antes quiméricos podem se tornar realidade, e as lutas são vencidas, round após round. Quando vamos ver, estamos com o cinturão da vitória.

Renove e tenha fé neste dia que vai amanhecer. Vá à arena de cabeça erguida. Ou do contrário não teremos sequer objetivos, mas sim sucessivas derrotas.

São Paulo, 21/07/2009. W.E.M.

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