domingo, 7 de junho de 2009

Crônica - Ano II - Nº 81 - "Bom Solteiro x Solteirão"

Dia dos Namorados, 12/06. Dia em que todos que possuem sua cara-metade dão, claro, justas desculpas para fazerem planos juntos com a pessoa amada... E ainda por cima, com a emenda do feriado do Corpus Christi, os enamorados definitivamente não terão desculpas, heheheh...

Mas nesta crônica não falarei tanto dos namorados, mas dos solteiros. Sim, dos solteiros! Pois, como vimos no título da crônica, há dois tipos deles: o bom solteiro e o "solteirão".

Primeiro, quero aplaudir de pé a todos os amigos e leitores que estão bem amarrados para este 12/06, seja num namoro ou casamento. Estas pessoas, ao pararmos pra pensar, vivem com as atenções voltadas ao companheiro (a) durante seus dias. Não têm pudores de gastar seu dinheiro e dedicar sua atenção em telefonemas ou visitas de madrugada, se transformam em poetas, atores ou cantores para homenagear a cara-metade, vencem distâncias... Enfim, coloca como plano de fundo de cada dia seu amado. E esta atitude no mundo de hoje não é nada fácil, principalmente ao pensarmos que há uma grande pressão (mesmo de pessoas próximas queridas) em que se substitua este ritual belíssimo de dedicação e carinho por relações fúteis, de um dia ou hora marcada, sem sentimento algum e para mero usufruto. Eu aplaudo vocês, mais uma vez, maridos, esposas, namorados e namoradas!

Agora vamos falar da diferença entre o solteiro e o "solteirão". Comecemos falando do solteiro, que não é sinônimo de sozinho, nem mesmo quando falamos da questão da cara-metade. A sensação de solidão é acompanhada, na grande maioria das vezes, pelos excessivos pensamentos em torno de si próprio: quanto mais giramos o pensamento no meu, meu, meu mais nos fechamos para as pessoas queridas. Há muitos solteiros que abolem a solidão através da companhia dos parentes e amigos, na concentração em tarefas importantes do cotidiano, nos simples atos de ouvir uma música ou ler um bom livro, e por aí vai. O bom solteiro não coloca como pauta prioritária do dia a busca por uma pessoa amada: sabe a hora certa em que algo do tipo rolará, principalmente ao pensar que cada dia é um novo dia, e que um encontro banal com uma pessoa conhecidíssima ou mesmo desconhecida pode resultar no encontro desta cara-metade. E é claro, ao ver esta ocasião surgir, agirá.

Por outro lado, há os "solteirões". E quem seriam essas figuras? Os "solteirões" se diferenciam dos solteiros por trazerem em sua alma a resignação, isto é, um falso conformismo com seu status quo. É típico do "solteirão" dar asas à solidão em qualquer ocasião, e usar os trabalhos e amigos não de coração, mas como simples tapume para esconder seu verdadeiro sentimento. Logo, o "solteirão" é aquele que resume o amor como amar o sexo oposto, mas se esquece dos outros e milhares de amores que a vida traz, e tem pouca paciência pra esperar (ou mesmo agir) a hora certa do relacionamento acontecer.

Portanto, o Dia dos Namorados não pode ser encarado pelos solteiros com tristeza. Uma pessoa bem solteira tem os pés-no-chão e hierarquiza as prioridades do momento, além de saber o momento certo em que rolará o clima. Além disso, uma pessoa bem solteira possuirá um "feeling" apurado, pois saberá com clareza invejável qual o momento e a pessoa certa. Não adianta ser um solteiro que sai por aí "catando": quem se rende a este tipo de solteirice sem compromisso verá não pessoas pelas quais possa se interessar, mas corpos que poderá usar para aquele curto instante. Isso é também ser "solteirão", pois aí temos um exemplo de verdadeiras ações e valores da vida sufocados por um pseudo-sentimento com tempo e hora marcados pra acabar. São os Amores dando lugar a "amores" com "a" bem minúsculo.

Um salve aos enamorados! E bons solteiros: a hora e a vez há de chegar. Basta para isso continuar apostando nos legítimos Amores.

São Paulo, 07/06/2009. W.E.M.

Nenhum comentário: