terça-feira, 3 de março de 2009

Crônica - Ano II - Nº 68 - "Março, Meninos & Meninas"

Março. "Começa" o ano. Começa um mês que brinco ser mês das mulheres (08/03 é Dia Internacional da Mulher), mas dos homens, também (19/03 é dia de São José, o Homem mais viril que passou pela face da Terra).

Ano passado reservei as duas primeiras crônicas de Março falando separadamente do valor da mulher e do homem. Nessa condenso esses dois assuntos, unindo-os pelo seguinte elo: qual a visão que o homem tem da mulher, e vice-versa?

Falo disso porque temos presente nos dias atuais uma onda de independência excessiva e de desvalorização de ambos os sexos que mancham qualquer ode feito às datas citadas.

O ideal de "direitos iguais" contagiou muitas mulheres. Para bem, com a conquista de espaços no mercado de trabalho, esportes e outras áreas que eram consideradas de domínio masculino. E para mal: muitas compraram o discurso de que "nenhum homem presta". Vetam qualquer tipo de compromisso mais sério e "tiram no palitinho" com as amigas qual delas vai passar a noite com fulano, para depois denegrir a imagem do mesmo, após a noitada, com essas mesmas amigas.

Por outro lado, os homens tiveram diversas reações diante dessa revolução feminina: muitos aplaudiram as conquistas femininas, aceitando dividir seu espaço sem perder um certo tom de romantismo com relação à mulher. Porém outros compraram briga da pior forma possível: tratando a mulher como uma coisa, seja na pancadaria, seja nas piadinhas infames, seja na visão dela como mero corpo para usufruto em qualquer festa ou evento que se der por aí.

Ouvi uma frase que sintetiza essa maligna guerra dos sexos, da boca de um amigo e uma amiga: "Ah, aquele fulano (a) é só pra 'tirar um lazer'". Então a visão do homem com relação à mulher, e da mulher com relação ao homem, seria mesmo essa: pessoas para "tirar um lazer", e nada mais? Será que o romantismo (no namoro, amizades, trato com novas pessoas, trabalho, facul...) está condenado a ficar nas mãos de "últimos românticos", como diria a música?

Tenho fé de que esses "últimos românticos" na verdade não são a parte minoritária do bolo, mas sim a majoritária. O problema está na atuação: enquanto os adeptos da visão de que homens e mulheres foram feitos para serem usados não tiram férias e arrastam multidões com uma propaganda enganosa, muitos "últimos românticos" preferiram tomar pra si um discurso conformista e se esconder. Ou pior: passar para o lado negro da força, que parece mais fácil, cômodo e atraente, quando na verdade esse lado negro esconde um egoísmo e solidão mortais.

Não farei agora discursos massacrando o "lado negro da força" e exaltando os "últimos românticos". Fico com o testemunho recente de um grande amigo meu: este ficou famoso entre os amigos como o "pegador". Para qualquer menina da faculdade que se apontasse, ele dizia: "essa conheço muito bem". Entretanto ele tinha uma namorada, que o queria muito e lutava por ele como uma leoa defende seu filho, mas que ficava a ver navios e perdia o braço-de-ferro para os instintos de seu amado. Até que em certa ocasião bateu nesse amigo uma tremenda sensação de vazio: caíram as fichas das suas "amantes", que passaram a não querer vê-lo nem pintado de ouro, ou então o trocaram por outros "affairs". Os amigos passaram a não levá-lo a sério. E o instinto acabou por deixá-lo terrivelmente sufocado.

Rapidamente ele correu atrás daquela que um dia gostou dele de verdade, sua antiga namorada, que também não perdeu o amor por ele. Hoje os dois estão muito bem, causando choques em nossos amigos em comum, ao defender uma relação bacana entre a mulher e o homem em qualquer setor.

Março convida a todos nós, homens e mulheres, meninos e meninas, a encarar e dar um basta àqueles que trocam uma relação amistosa entre os sexos por uma visão onde o baixo nível e a indiferença pelo que o outro sexo é estão presentes. Parabéns aos homens e mulheres que toparem se alistar nesse Exército! Que está, é claro, sob a liderança de São José!

São Paulo, 03/03/2009. W.E.M.

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