São 25 anos de muitas histórias pra contar. 25 anos de futebol na rua, escola, facul, festinhas e festões, gente ao redor, alegrias, decepções, amores, família, "causos". 25 anos que valeram a pena, e que reúnem tanta coisa que não cabem nas linhas desta Crônica. O que posso dizer: foram 25 anos que valeram a pena.
Tem pessoas que detestam a data de aniversário. Já ouvi de amigos que chegaram com boa vontade querendo comemorar o aniversário do amigo, e receberam verdadeiros coices: "Não quero saber do meu aniversário! Me deixe em paz!". Seria isso o aniversário: uma data pra recordar que estou ficando velho e que merece ser chutada pra escanteio?
A data de aniversário pode ser comparada a um nascer do sol: completou-se um ciclo de rotação da Terra , e agora vai começar um novo ciclo. Da mesma maneira nos aniversários: terminou um ciclo de 365 dias, e começa outro com mais 365 dias, até o próximo aniversário. É um momento para ser lembrado, sim! Lembranças do ano que passou, das vitórias e derrotas, dos aprendizados, das pessoas antigas e novas que cruzaram nosso caminho... quantas coisas! Momento bom para lembramos de que tivemos mais um ano como oportunidade para fazer grandes obras nesta terra. Dizer: mais uma etapa vencida! Eu vivi!
Argumentos de idade? Faça-me o favor! Um ano a mais na conta não pode ter o significado de velhice, mas sim experiência. Um ano a mais equivale a mais histórias pra contar, a etapas vencidas, e o número é uma mera convenção para quem leva dessa forma. Há muita gente com seus 80 anos com a disposição de um garoto de 20 anos: pra estes o número não tem motivos para ser escondido. Quem tem receio de falar a idade geralmente esconde um medo de morrer ou uma vaidade em excesso ("putz, não vou falar que tenho 27 porque vão dizer que pareço que tenho 48, e me chamarão de vovô ou coroa"). Esses tem 20 anos com cabeça de 70, pois encucam com a idade e sufocam a jovialidade.
E a falsa humildade? São aqueles que fulminam a data de aniversário, dizendo que ela não é importante, que tem coisas mais importantes pra comemorar, etc e tal. Eu compreendo estes, pois de fato fica no ar uma espécie de "auto-promoção", quando falamos abertamente do aniversário, e não escondo minha preferência por organizar mil vezes o aniversário dos meus amigos ao meu. Mas não posso concordar no repúdio à data. A verdadeira humildade diante do aniversário é deixar-se querer. Ouvir ou ler com carinho as mensagens que chegarão, deixar-se cumprimentar, atender o telefone, receber bem uma festa-surpresa: são manifestações de humildade e caridade com nossos amigos, pois quando eles estão ali, lembrando-se de nós, não esperam receber "patadas". Querem exercer a virtude da caridade, e quando matamos essa oportunidade com mau humor matamos também essa caridade dos amigos. O sorriso, as virtudes que eles queriam praticar conosco ficarão sufocadas e nós, ao invés de sermos estimados por eles, ganharemos uma pecha de quadrados, sem-graça, seríamos excluídos. Portanto aniversário não é auto-promoção, mas sim ocasião da promoção da caridade dos outros, sem falar por ele temos um parâmetro de como somos queridos. E ser querido e lembrado é fundamental para tornar nosso cotidiano prazeiroso. Ou você viveria contente num ambiente onde "dane-se você"?
Assim, graças a Deus aniversário. Festa? O fato de ter na data um São Paulo x Corinthians, o maior clássico de São Paulo, já garante minha festa, hehe. Mas minha festa já acontece há tempo: sempre quando encontro ou lembro das pessoas que tiveram (ou terão) um capítulo nestes 25 anos tenho minha festa.
Digo a estes, a vocês, MUITO OBRIGADO, verdadeiros protagonistas destes 25 anos, ao lado de Deus! Foram vocês os "culpados" de terem valido tanto a pena estes 25 anos. Prossigamos juntos!
São Paulo, 08 a 15/02/2009. W.E.M.
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