domingo, 16 de novembro de 2008

Crônica – Ano II – Nº 54 – “União”

Fui testemunha, na última semana, de mais uma edição das eleições para o Centro Academico da Geografia, na Universidade de São Paulo.

E uma cena me chamou a atenção, durante a apuração dos votos: os apoiadores e integrantes das duas chapas conversando animadamente, com um clima de total integração entre as duas turmas. Nada de manifestações de hostilidade, desprezo, etc. Bem diferente de algumas eleições que acompanhamos há alguns dias atrás, onde ataques pessoais e brigas foram constantes.

Uma das chapas (a que eu fui um dos apoiadores, inclusive), ganhou. Mas a seguir, festas uniram os membros das duas chapas. Nada de desavenças, e sim a congratulação da chapa que perdeu e os desejos de que o Centro Acadêmico saia vencedor, após esse processo eleitoral.

Bem diz o ditado: "A união faz a força". E não posso deixar de reforçar essa frase, de acordo com esses exemplos e com o que acontece sempre em minha vida. Nenhum dos acontecimentos que recheiam cada dia de minha existência (e creio que da sua também) foram acontecimentos isolados, sem a participação de um terceiro.

Lembro agora de uma história que li em algum lugar: uma vez, na inauguração de um suntuoso edifício de sei-lá-quantos andares, o engenheiro responsável pela construção foi cumprimentado diversas vezes por várias personalidades. Até que, em certo momento, o engenheiro se dirigiu ao microfone e soltou: "Obrigado pelos elogios, mas eu os transfiro neste instante para os 150 operários envolvidos na obra, para os 35 arquitetos, os 14 engenheiros, enfim... para todos que construíram comigo esta empreitada".

Um segredo fundamental para que esta vida valha a pena é a união. Existem várias maneiras de aplicar essa união (além do açúcar, é claro - que piadinha de m...): numa amizade, em ideais semelhantes, num namoro ou casamento, nos esportes, na religião, num trabalho de escola, etc. Não conheço ninguém que tenha êxitos patentes sozinho, sem a companhia de um amigo, de um parceiro. Direta ou indiretamente recebemos a colaboração de alguma pessoa.

Mais uma vez podemos colocar a falta de união que há em nosso planeta, entre nossos semelhantes. Por que há guerras, desigualdades, desavenças e milhões de processos judiciais correndo pelo mundo? Simples: devido ao protagonismo dado ao individualismo das pessoas. Muitos pensam hoje somente no próprio umbigo e interesses, e não olham as necessidades dos semelhantes (ou só a olham quando atingem os próprios interesses).

A união que coloco aqui não é aplicável somente de maneira presencial. União de verdade é aquela que vence barreiras de distância, viagens, correrias e preocupações. Quem está unido ao seus semelhantes não precisa fazer muito esforço para pensar nos outros e tornar as preocupações e alegrias deles as de si próprio. Respira-se os amigos e os que nos cercam.

Sem dúvida, há discrepâncias de idéias e atuações entre os seres humanos. Agora, existe grande diferença entre dialogar com essas diferenças e esmagá-las com críticas ácidas e ódio. Justamente quando existe o debate entre essas idéias divergentes há um exemplo de união, civilidade e certeza de que os resultados serão os melhores possíveis.

Nenhuma empreitada em que nos arriscamos sai do papel sozinho. Pense agora em sua empresa, estágio, etc: ela não depende somente de um pessoa. Todas montam em conjunto o quebra-cabeça que dará corpo aos projetos e empreendimentos da empresa. Portanto, quer ter a certeza de êxito? Trabalhe em conjunto. Construa parcerias construtivas. Divida alegrias e tristezas sem qualquer receio com este parceiro.

Se cada um de nós nos decidirmos a fazer prevalecer a palavra união, ao invés do individualismo exacerbado, um mundo inteiro (e problemas sérios existentes nesse mundão de Deus) será melhor gerido.

São Paulo, 17/11/2008. W.E.M.