Chegamos? Como assim? Não seria "cheguei" um termo melhor?
Não, meus caros. Não chegaria a 50 crônicas se não fossem todas as histórias e aventuras que resultaram em exemplos formidáveis para inspiração. E isso, tenham certeza, não fiz sozinho: foi com muita gente que foi e é protagonista nesta minha vida.
E a crônica desta semana faz uma analogia quanto a essa questão do "50". É uma marca. E a nossa vida, a cada dia, recebe uma nova marca em diversos assuntos.
Outro dia, conversando com um amigo na rampa da Geografia, na USP (uma das minhas atividades cotidianas prediletas), este me comenta: "Cara, confesso que a viagem que fizemos para Americana marcou muito minha trajetória. Mudei: encontrei gente nova, aberta, pessoas grandes que me marcaram. Não sou mais o mesmo depois que esse pessoal passou por minha vida". E no mês passado, surge uma frase, durante as eleições para a diretoria da Associação dos Geógrafos Brasileiros Seção São Paulo: "eis uma eleição que ficará marcada, pela presença de duas chapas".
Sou fã de efemérides, isto é, datas redondas ou importantes, históricas. E um novo dia traz consigo novas possibilidades de marcas, sejam positivas ou negativas. Mas são marcas, que tornam o ato de viver válido.
Opõe-se às marcas aqueles que preferem uma vida apática, sem gana de descobrimentos e recomeços diários. Há pessoas que não vêem até nas menores coisas uma oportunidade de deixar rastro, marcas, e prefeririam um dia comum, tosco, sem maiores delongas. Vemos esses sujeitos quando trombamos com aquela figura com um constante resmungar nas atitudes, que facilmente se entedia ou não consegue perceber o "novo no velho", isto é, uma nova vibração e intenção naquela mesma tarefa que vai desempenhar - sendo que isso, sim, é muito possível.
Eis uma sólida analogia: já pensaram se os namorados ou esposos caíssem nessa conversa fiada da apatia? Vi num trabalho de campo, no último sábado, para Campos do Jordão, um namorado "preocupado", que fez questão de atrasar a saída do ônibus na volta para comprar um "souvenir" para a amada. É ou não uma forma de chutar a apatia pra longe, e criar uma marca (afinal, imagina a cara da namorada, ao receber a lembrança?...).
A passagem por esta vida necessita de marcas para valer a pena. Amizades, amores, histórias, vitórias, revezes. Mais: cada dia necessita de novas marcas pra valer a pena. Um atleta jamais se dá por satisfeito com a marca alcançada: sempre busca superá-la, ou pelo menos correr atrás dessa superação. Deus conta com essa correria nossa de cada dia para deixarmos rastro para Ele e para os outros. E essa é uma das minhas formas particulares de saber que preciso fazer esse dia, mais essa segunda-feira "chata", entrar para a posteridade: estou atuando para um Maestro, que conta com minhas ações pra deixar Suas marcas... mesmo sabendo de minhas fragilidades e de poderia deixá-las, num estalar de Seus dedos.
Amigos, 50 de todos nós. Creio que vocês também tenham muitos palcos de atuação em que podem deixar ou tornar uma efeméride, um marco importante. Eis uma dica: comece agora, ao sair deste micro. Talvez numa conversa com um parente, companheiro (a), num almoço caprichado, num lazer, estejam marcas importantes esperando por você. Outro dia, minuto, segundo vem por aí... torne-o eterno!
É dessa forma que virão, com certeza, fatos e números marcantes em nossa vida.
Cinqüenta? Cem? Mil? Que nada... que almejemos o Infinito! Uma Eternidade cheia de marcas, conquistadas e deixadas por nós!
Marcas de alguém que pôde dizer: "valeu a pena essa vida danada"!
Obs.: não se esqueça do 2° turno das Eleições, hein! Afinal, você deixará uma marca que se somará a de muitos. E que valerá!
São Paulo, 20/10/2008. W.E.M.
Nenhum comentário:
Postar um comentário