terça-feira, 30 de setembro de 2008

Crônica - Ano I - Nº 47 - "Prezado Eleitor"

Quantas vezes já não ouvimos esta frase, nos horários políticos e campanhas promovendo a eleição, certo? 

Pois bem, coloco-a logo de cara como título da crônica para lembrar a todos do compromisso que temos no dia 5 de Outubro, Domingo. Eleições para prefeito e vereador (e se for o caso, 26 de Outubro, para o 2º Turno).

Quem passa pelos pontos de ônibus da Capital pode ver, em alguns casos, cartazes promovendo a seguinte campanha: "Vote nulo". Medida desesperada, devido à presença de políticos corruptos e atos de pura bandalheira nas diversas instituições de Governo.

Peraí: medida desesperada? Mas acabei de falar das picaretagens que acontecem na política brasileira? Não justifica a ação? Em minha opinião, em hipótese alguma.

Anular o voto, ou tratar o mesmo com indiferença (como muitos o fazem votando em branco), é equivalente a dar as costas ou estar pouco se lixando com quem vai assumir o poder. Que roube ou seja um mau político, pois estarei nem aí. Faça agora um exercício de "ponha-se no meu lugar": imagine só você, concorrendo a alguma função importante, e justamente quem era pra te escolher tomar uma postura de "tanto faz", "tô nem aí", "que se lasque".

Nós, brasileiros, estamos acostumados a julgar o todo pela parte no mundo da política. Da mesma forma que é verdade que existem políticos corruptos, existem também aqueles que têm, sim, ideais e propostas para aplicar, e buscam um lugar ao sol. E é somente selecionando estes últimos que a corja corrupta não será eleita. Queiramos ou não, eles têm recursos para levar avante uma campanha com muitas bandeiras, santinhos, carros de som... e votos, como resultado.

Tá bom: e como achar esse político honesto? Honestidade parece estar tão ultrapassada... Te dou uma sugestão: busque o máximo de informações sobre o candidato. Você sabia que ele, obrigatoriamente, precisa declarar o seu patrimônio completo, e que a ausência de algum item pode levar à cassação da candidatura? Você já consultou as propostas e a carreira política do candidato? Qual partido fez mais por você? Pois bem: quantas informações preciosas para votarmos certo! E tem mais: uma vez eleitos (seja quem for), eles possuirão OBRIGATORIAMENTE um canal de comunicação com a população (o e-mail dos deputados, vereadores, ministros, etc. está no site da instituição competente), e é nosso DEVER protestar contra o que estiver errado. Armas há!

Pode parecer que essas dicas são "murro em ponta de faca", isto é, sem garantia de eficácia. Porém, diz o chavão: "quem cala consente". É muito fácil escolher qualquer um ou fingir-se de morto nestas eleições. Não vai atingir você agora, eu garanto; mas espere alguns meses e o seu voto mal dado pode criar mais uma máfia de sanguessugas, anões do orçamento, presidentes dignos de impeachment, políticos adeptos do "roubo, mas faço"...

Eleger, decidir é algo muito presente em nosso cotidiano. Desde a hora em que vai acordar, que roupa vai usar, que atitudes tomar, o que fazer daqui a pouco, agora. Seria tão difícil assim aplicar esse nosso "tato de escolha" em prol da eleição de políticos que realmente assumam a alcunha de representantes?

Se você não possui uma visão cética, e não acha política ou processos eleitorais uma brincadeira, convido você a ir até a seção eleitoral da qual faz parte. Basta levar o título ou um documento de identificação, e votar. Cumprir com a cidadania, exercendo o direito de voto que muitos pedem, na universidade em que estudo (sendo que boa parte desses muitos são os mesmos que anulam ou não votam nas eleições governamentais). Somente desta forma não faremos parte do time dos desconsolados que chorarão nos próximos quatro anos, por ter entregue o voto a um qualquer que "mamará nas tetas" do imposto que você mesmo paga.

Vamos chutar a banda podre da política, prezado eleitor!

São Paulo, 30/09/2008. W.E.M.

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