segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Crônica - Ano I - Nº 46 - "Trocar de idéias"

Todos os dias, saindo da USP, tenho por "ritual" ir até a padaria do CRUSP com algum amigo, para pôr o papo em dia. Mal vemos o tempo passar: vai conversa, vem conversa...

Se tem uma coisa que não resisto é a uma boa conversa. Quantas coisas a conversar temos, a cada dia. Quantas pessoas encontramos, e reencontramos... quantos assuntos a resolver!!!

Numa festa realizada há uma semana, um dos papos que pude ouvir foi relativo ao ENG. Muitos alunos "forasteiros" quebraram o preconceito que tinham com os paulistanos, dizendo que estes só viveriam na correria, olhando com indiferença os que estão ao redor. Descobriram o verdadeiro lado de muitos paulistanos: solícitos, prontos para uma conversa. Indiferença? Que nada...

Não escrevo aqui um texto de defesa dos paulistanos. Teria um bom arsenal para escrever o texto, mas quero fazer ressaltar, antes, o título da crônica: a importância de "trocar uma idéia".

Um bloqueio que podemos ver em milhares de assuntos, por todo o planeta, é a falta de diálogo. Ao mesmo tempo, vemos muitas pessoas sentando nas milhares de mesas de negociação (vide as viagens dos presidentes... do nosso presidente), buscando um denominador comum.

Desde os primórdios o homem mostrou que não é um ser que pode estar sozinho, isto é, sem trocar uma idéia com alguém. Deus mesmo diz, no Gênesis: "Não é bom que o homem esteja só" (óbvio, este trecho fala da necessidade do homem em ter uma cara-metade, mas bem que podemos encaixá-lo sobre a necessidade do homem em não estar sozinho). E, quando o homem quer contrariar esse "mandado", o resultado quase sempre é: quadro de depressão, tristeza, estresse... ou na melhor das hipóteses, este homem acaba por dialogar... consigo mesmo.

Há, sem dúvida, muitas diferenças de pensamentos, ideologias, modos de agir, etc. Entretanto, da mesma forma o homem possui essa capacidade de buscar o diálogo com o próximo, em busca das melhores soluções. Em muitos casos, as mesas de conversa se repetem por muito tempo, mas sempre fica a marca da última conversa. Avançou-se, mesmo que pareça que houve um retrocesso.

Não podemos descartar também a questão do temperamento de cada pessoa. Cada ser humano possui uma maneira de dialogar, de se comunicar, e alguns podem ser mais ágeis do que outros, para o trocar de idéias. Mas isso não significa que a pessoa deva se fechar às conversas, como alguns gostam de fazer. Há, sim, aqueles momentos de reserva: o problema está no prolongamento dessa reserva, isto é, no esquecimento com os que estão ao redor.

Olha, posso garantir que não conheço forma melhor de aliviar as pressões e dificuldades da vida do que uma boa conversa. quando estamos batendo um papo com alguém que gostamos, os maus fluidos caem por terra e boas vibrações e idéias passam a "pulular" da conversa. Não é à tôa que é característico do nosso Brasil a imensa quantidade de botequins ou cafés: tudo por um bom papo.

Como diria Roberto Carlos, em uma de suas músicas que mais gosto - "Arrasta uma cadeira", "se a conversa é boa o tempo logo passa". Tá estressado? Tem alguma pendência, quer desabafar ou acertar contas ou ponteiros??? Arrasta uma cadeira com um bom amigo ou alguém querido... e bons fluidos!!!

Já trocou sua idéia com alguém hoje? Não? O que está esperando, heheh???? Há ali, neste lugar que você freqüenta, com certeza uma pessoa querida pronta a fechar uma conversa contigo. Você verá como as tensões e correrias do dia irão diminuir.

Bom bate-papo para todos nós!

SãoPaulo, 22/09/2008. W.E.M.

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