domingo, 31 de agosto de 2008

Crônica - Ano I - Nº 43 - "Patriotismo Consciente"

Dia 7 de Setembro está às portas. Domingo. Dia do 186º aniversário da Independência do Brasil, sonhada por muitos.

Quanto o País mudou nestes quase dois séculos. Somos quase 200 milhões de habitantes desta terra, temos uma das mais fortes economias do mundo, natureza mil, povo cosmopolita...

Da mesma forma, muitas coisas tornaram-se patentes no Brasil, também nestes quase 200 anos: corrupção, desigualdade social, violência, infra-estrutura, etc...

Amigos, não vou me utilizar desta crônica para ficar somente neste balanço e contra-balanço de maravilhas e problemas do País. Vou emendar o 7 de Setembro para falar de uma virtude: patriotismo (sim, ser patriota é virtude!).

O patriotismo é a virtude de saber valorizar a pátria onde nascemos, ao invés de menosprezá-la com um frio desdém. Ilustro a seguinte situação: imagine a casa onde você mora, com vários irmãos, tios, pai, mãe. Agora pense em você simplesmente dando as costas para a sua casa e seus membros, pelo simples fato de não concordar com posições e atitudes de alguns, inclusive dos patriarcas da família. E ainda dizendo que prefere a casa dos vizinhos, sem saber mesmo dos problemas e elogiando as atitudes dos mesmos.

Eis o retrato de alguns "brasileiros". Estes são pessoas que têm uma mania sádica: fazer chacota do País, e ficar na torcida contra qualquer expectativa de progresso.

Vou comentar um pouco aqui de minha visão política: não concordo com as idéias do partido de nosso atual presidente. Discordo e muito de diversas ações de políticos do Partido dos Trabalhadores. Entretanto seria ridículo que eu, pelo motivo do presidente ser de oposição ao que penso, começar a torcer pelo fracasso ou fizesse um discurso azarento. Continuo com discordâncias, mas torço pelos acertos e procuro participar o máximo possível exercendo meu papel de cidadão.

Ser patriota é ser um cidadão consciente. O patriota acompanha as eleições. Discute a situação política do país, torce pela atuação dos chefes de Estado nas rodadas de negociação que estiver, colabora com a sua profissão ou estudo, etc. Conhece a história de seu País, e não tem papas na língua em cantar o Hino Nacional (inclusive conhecendo-o de cor...). Gosta de ser chamado de brasileiro.

É muito diferente o patriotismo do nacionalismo exacerbado. Este último é xenófobo, repudia a história de outros países, é violento. Vemos vários desses exemplares em noticiários de alguns países europeus, onde o simples fato de ser estrangeiro pode ser motivo de repulsa.

Eis uma semana bacana para reflexão sobre nosso patriotismo. Repito: patriotismo não é o olhar ufanista sobre o País; ser patriota é ter um olhar consciente sobre ela, estando disposto a colaborar e acompanhá-la nos passos para a legítima "ordem e progresso".

E para os que adoram elogiar a horta dos vizinhos: uma vez, ao ir "bandejar", encontrei com duas amigas recém-chegadas da Europa, após um longo período de intercâmbio. De fato, elas falaram sobre as maravilhas de salário, condições, educação, etc. Mas não puderam deixar de comentar: "sentimos muita falta dos problemas daqui. Havia uma sensação de distância de possibilidades de ajudar a mudar esse quadro. Sem falar na falta de calor humano, dos amigos, da família...". Em resumo: sentiram falta de poder atuar e colaborar na terra-brasilis.

Há problemas nos países vizinhos, também, assim como há muitos elogios. E isso também é ser patriota: valorizar o trabalho do país vizinho, sua história e personagens. Mas sem sentir inveja, pois da mesma forma que eles têm a história deles, temos a nossa.

Amigos, não sejamos cegos aos problemas do Brasil, mas também não demos as costas ao mesmo. O que seria do Brasil, se os brasileiros deixassem de lutar?

Façamos jus a um dos últimos versos do Hino: "Verás que um filho teu não foge à luta"!

São Paulo, 31/08/2008. W.E.M.

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