E, estando na linha de frente desse evento (estou presente em duas comissões), é possível perceber com clarividência a doação que muita gente se faz para que o evento saia. Encontrei com um professor de Dourados, Mato Grosso do Sul, que literalmente contagiou a todos os alunos e colaboradores com seu entusiasmo. Ele veio de um lugar distante, e está dormindo num alojamento bem desconfortável, em prol do evento...
Outros se machucaram, ao mexer com a parafernalha do evento e outros, por volta das 22 horas, saíam com a exaustão vista de longe. Contariedades mil... Mas, meus caros, por meio justamente dessas contrariedades, suor, raça, um evento de grande porte vai sair. E é assim em nossa vida.
São Paulo já disse uma vez, em uma de suas epístolas: "Quem não quiser trabalhar, também não coma". Muitos acham que a vida e suas encruzilhadas é um legítimo mar de rosas, onde qualquer percalço deve ser encarado como a destruição desse roseiral. Quando na verdade não é assim: justamente com as rosas vêm os espinhos.
O meu pai, há uma semana atrás, passou por um susto: se machucou jogando bola, e quase passou dessa pra melhor. Mas vou contar de levinho pra vocês: ele já não poderia estar jogando bola, por recomendação médica. Foi teimoso. E precisou justamente de um espinho na vida pra pendurar definitivamente as chuteiras...
Dou outros exemplos de espinhos: um negócio que não deu certo, um amor não correspondido, um acidente, um jogo perdido, uma nota baixa... Desses tropeções, em muitos casos, tiramos lições, vemos onde erramos, voltamos atrás. Quedas que poderiam ser meras quedas se transformam em impulso para uma volta por cima avassaladora.
E tem mais: a contrariedade está presente também nos êxitos. Ou você acha que as vitórias vêm de graça??? Claro que não! Muitas das conquistas que temos tiveram de passar por uma tremenda dose de esforço, que nem vimos no exemplo do ENG, mais acima. A universidade que estudamos, o emprego que atualmente temos, o gol feito no futebol ou ponto feito no vôlei, basquete ou tênis... teve de passar pelo suor de um duro tempo de estudo, uma árdua entrevista ou uma jogada duramente trabalhada, respectivamente.
Portanto, meus amigos, não xinguemos os percalços da vida. Antes aprendamos a tirar das contrariedades o seu devido valor: aprendizagem, a oportunidade de um verdadeiro "começar e recomeçar" que o homem tem a cada dia. Junta-se ao verdadeiro valor das contrariedades uma importante virtude: otimismo. Ao invés de encarnar o espírito da raposa da Hanna-Barbera (oh, dia, oh, azar!!!), levemos conosco a certeza que não será qualquer pisão no calo que vai nos derrubar e que, se for o caso, "faremos omelete sem ovos"!
Eu não coloco nessas linhas um espírito masoquista, que fica esperando pelas pancadas e se delicia com elas. Não. Coloco aqui algo maior, sobrenatural: o saber aceitá-las e tirar o devido proveito delas, quando elas aparecerem. Assim não seremos pegos desprevinidos, como se elas nunca viessem a acontecer... quando na verdade fazem parte do nosso trajeto, possuem um papel em nossa novela da vida.
Percalços, tremei! Afinal, coisas maiores e de incomensurável quilate nos esperam, depois que trombarmos com vocês!!! Vocês não passam de uma simples etapa, rumo a grandes êxitos!
São Paulo, 19/07/2008. W.E.M.
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