segunda-feira, 28 de julho de 2008

Crônica - Ano I - Nº 39 - "Ut operaretur"

O título desta crônica, escrito em latim, reflete uma missão, um encargo que Deus deu a cada ser humano, no início do mundo: ut operaretur, isto é, para trabalhar.

Acabou mais um ENG (Encontro Nacional de Geógrafos). Infelizmente não deu para acompanhar como eu gostaria as palestras e oficinas oferecidas, uma vez que tive de ficar no meio da correria da organização. Entretanto a oportunidade de receber, encontrar e estabelecer vínculos com gente dos quatro cantos do Brasil valeu mais que qualquer mesa-redonda. Agora rumo a Porto Alegre, em 2010, cidade que receberá o próximo ENG.

E soma-se a isso tudo a oportunidade de levar à prática a sentença que escrevi no título. O trabalho durante o ENG serviu de inspiração para essa crônica. Muita gente ali presente viveu com afinco este ut operaretur. E graças a isso o evento aconteceu, saiu dos planos de papel para virar uma realidade que, para muitos, será inesquecível.

Uma vez li em um livro um jogo de palavras que nunca mais me esqueci: "cargos são cargas". O homem é um ser que recebeu por missão assumir esses cargos, e através da carga de atenção, laboriosidade, responsabilidade, etc, fazer o cargo acontecer. Seja através de nosso atual trabalho, grupo de estudo, monitoria, estágio, temos a oportunidade de transformar também este cargo em carga. Carga que levará a um trabalho bem feito, digno de um filho de Deus... ou a um trabalho sujo, digno do "tinhoso"...

No trabalho que estamos exercendo, se temos a oportunidade de fazer acontecer, crescer em virtudes e fazer com que os outros cresçam em virtudes por um trabalho bem feito, temos aí um trabalho excelente para prosseguir até a aposentadoria. Cada dia será uma nova etapa, e a rotina irá passar bem longe. Um trabalho que não reúna essas condições é uma ante-sala do inferno, pois só levará nós mesmos para baixo e os que nos circundam, sem falar nos péssimos resultados que irão sair dele. Cada dia, ao invés de ser uma nova etapa, será recebido com um "que saco! Fazer o quê, vamos lá encarar toda aquela m..." (são os mesmos que sofrem da "Síndrome do Fantástico", Domingo à noite, como comentei há algumas crônicas atrás). Será que valeria a pena?

Desde 2000 participo dos meios de formação de uma conhecida instituição da Igreja (e muito abençoada por ela), chamada Opus Dei. Olha, uma das maiores descobertas que tive em minha vida de cristão foi, além do resgate do meu trato com Deus (que eu digo tranqüilamente que, até 1999, era praticamente zero), saber que é possível oferecer o que faço a Deus no meio do mundo, seja através do trabalho profissional, seja pelo estudo, futebol, família, etc. Aprendi a oferecer a Deus o trabalho feito ao longo do dia, sejam erros ou acertos. O resultado positivo disso tudo não é possível escrever aqui nessa crônica, tamanha a quantidade! Só solto uma avant-première: os tesouros que tenho até hoje (família, amigos, faculdade, namorada, etc, etc, etc...) se robusteceram a partir do dia 24/07/2000, quando conheci a Obra, como chamam todos os que conhecem-na. Caramba, já fazem oito anos...

É isso aí, meus amigos: temos uma missão grande, com o nosso trabalho e afazeres cotidianos! Deus tá lá, presente no meio deles e aguardando que utilizemos os nossos talentos com eficácia. Só tem a ganhar quem assim o faz. Pois isso transformará o encargo recebido numa legítima opus dei, isto é, "obra de Deus".

Vamos lá fazer jus ao cargo que recebemos do pai, pelo "ut operaretur"???

São Paulo, 28/07/2008. W.E.M.

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