Mas esse aperto de parafusos nem sempre precisa esperar as férias para acontecer. Ao longo dos dias, ele pode acontecer, também, ou em alguma circunstância mais especial, como a que terei oportunidade de realizar neste final de semana, em meu Retiro anual: todos os anos, tenho a oportunidade de realizar um Retiro para conversar com um pouquinho mais de intimidade com Deus, fazendo um balanço do último ano e do que preciso me acertar. Recomendo aos leitores dessa Crônica, hehe...
Amigos, vivemos no meio de uma azáfama. Projetos, trabalho profissional, estudo, reuniões, hobbies... ou mesmo situações inusitadas, como uma visita aos amigos, uma doença ou acidente inesperado. E no meio dessa correria, de tanta gente que nos cerca, muitas vezes mal achamos tempo pra encaixar um tempo de pausa... de uma Santa Pausa, pra recolher-se e colocar de novo no prumo os trilhos de nossa vida.
E como pausar no meio do dia, tamanho o número de encargos?
Vou contar meu jeito de pausar no dia, que aprendi de tantos amigos e vejo tanta gente aplicar com eficácia que resolvi pegar pra mim: minha pausa não se dá sozinho, trancado num quarto. Minha pausa está bem acompanhada de Deus, na igreja, no ônibus ou sentado na Praça do Relógio da USP (que adotei como meu cantinho de pausa) através de um tempo reservado para oração (duas meias-horas por dia), com um bom livro de meditação.
E a pausa continua: antes de ir para a USP ou para o trabalho, a Santa Missa. Certo dia, entrando na Paróquia São Luiz Gonzaga, na Consolação, encontrei uma amiga da USP saindo no mesmo instante. Ela me perguntou o que estava fazendo ali, e eu respondi: estava indo assistir à Missa, como todos os dias procuro fazer. Espantada, ela indagou: "Todos os dias"? E eu complementei: "Pois é, é aqui, diante de Cristo na Eucaristia, onde reúno as forças para tocar tantos projetos em frente! Não conheço lugar melhor!".
Enfim, dei dois exemplos pessoais de pausa ao longo do dia. Uma pausa em nossas mentes, por mais que nos esforcemos, não é possível se não achamos ao longo do dia um momento para uma bendita solidão. E nessa solidão, quando nos aprofundamos, nos damos de cara com Deus, querendo aprumar o que não estava dando muito certo, dando toques para aqueles assuntos difíceis de se resolver, sobre como se comportar naquela ação, etc. Topamos com a nossa consciência, que só se torna boa conselheira se anteriormente recebeu uma formação repleta de valores positivos e dignos. E nem é preciso dizer que, se essa formação teve Deus por cerne, só teve a ganhar, pois nos tornou verdadeiras pessoas de critério, capazes de ser coerentes com verdades e acontecimentos desde os mais básicos até os mais elevados do ser humano.
Não quis dizer, por essa Crônica, que a pausa seja item obrigatório em nossas vidas. Não critico aos que não se vêem tendo esses momentos de recolhimento, nem falo que isso seria um vício. Só quero compartilhar aqui a paz, a recarga de baterias diária que recebo (e muitos recebem - nem precisa ser cristão: quantas pessoas não adotaram para si um momento de meditação, yoga, sei lá, só pra trombarem um pouquinho com o que há de mais íntimo em seu ser?) ao ceder esse espaço diário pra prosear com o Pai do Céu, pela oração ou Missa, ou outras formas (um Rosário, uma leitura sobre alguma virtude, uma oração pra Nossa Senhora, para os Santos...). Digo, independente de credos: é um bálsamo que alivia e traz novas forças pra encarar o que vier pela frente!
Já estamos na metade de Julho. Eis uma boa ocasião pra encontrar essa talvez tão procurada pausa diária, uma Santa Pausa, no meio da maratona mundana.
E podem ficar à vontade pra usar a receitinha dada, para tal propósito: proseando gostosamente com Deus!
São Paulo, 11/07/2008. W.E.M.
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