No feriado da Proclamação da República (15/11) recebi a notícia que um velho amigo de faculdade havia caído seriamente doente. Com outro amigo, fomos visitá-lo no mesmo dia 15/11, no Hospital Universitário, porém demos com a cara na porta. Horário restrito, poucas visitas (no máximo três).
A solução foi rezar por ele. Torcer para que ele saísse o mais rápido possível dessa situação, e pudesse estar conosco. Graças a Deus, ele saiu dessa no dia 21, e na última sexta-feira pudemos tomar uma cervejinha com outros amigos e brindar sua recuperação.
Comecei Novembro falando que ele é um mês especial em minha vida, e também um mês que lembramos com carinho das almas que se foram. Faltou completar falando que ele também é um mês que lembra Vida. Pois a Morte nada mais é do que a ante-sala da Vida Eterna (Creio nisso com C maiúsculo). O acontecimento com este meu amigo me fez lembrar mais ainda de como é valoroso esse dom que Deus nos deu: a Vida. Não fico na seqüência da Terceira Série do Primeiro Grau, onde se fala que o homem nasce, cresce, reproduz-se e morre. Não, não... a vida é muito mais que isso. Os amigos, a profissão que exercemos (o homem foi criado "ut operaretur", para trabalhar - pena de quem não entende o sentido do trabalho digno), a família, os amores, as aventuras, os revezes (que dão emoção pra nossa atuação na terra), etc, etc... Quanto já não fizemos em nosso tempo de vida, hein? Quanta coisa que não contaríamos pros que estão ao redor? Quanto já não vimos no dia de hoje??? Quanto não veremos amanhã?
Não há maior dom que tenhamos recebido do que a Vida. E alguns ainda insistem em atentar contra esse dom, seja defendendo guerras, aborto, suicídios, eutanásias, etc. Nas coisas mais simples vemos o atentado contra esse dom: veja o exemplo do que aconteceu ontem, em Salvador. Por uma falta de cuidado com a estrutura do estádio da Fonte Nova, nove vidas despencaram 40 metros... A festa do acesso do Bahia à Série B virou tristeza. E quantas outras não despencam por aí, pelas mãos do próprio homem? Ou até mesmo de si próprio, quando entram as drogas, a falta de cuidado com a saúde, o sedentarismo, a depressão... muitas vezes, atacamos contra nós mesmos.
Não me cansarei de repetir: o maior dom que recebemos foi a nossa própria vida. E atentar contra esse patrimônio, nas formas que foram citadas acima, significa tirar um atestado de "trouxa", "perdedor", "babaca". Mais ainda: alguém que não sabe dar valor à menores coisas. E que ridiculariza o próximo e o que este sente.
Filósofos como Sócrates, Kant e Pascal cansaram de ficar deslumbrados com o que o homem é capaz de fazer, com o dom da Vida. E tive a oportunidade de ver um pouquinho sexta-feira, quando brindei junto de meu amigo, com outros. O homem é capaz de, pela Vida, tornar um momento que poderia ser morto (uma sexta-feira à noite) em um momento de alegria, comunhão, enfim, um momento único.
Obrigado meu Deus, meu pai e minha mãe, pelo dom da Vida que recebi. Obrigado por não ter sido jogado fora no nascimento, por mesquinharias. Obrigado por cada momento (e entra nesse obrigado todos os que participam e participaram desses momentos - muitos estão nas fotos de meu álbum). Obrigado por chegar ao final desse mês de Novembro e poder comemorar a recuperação desse meu amigo.
Obrigado por viver e perceber: a Vida também é ponto de reflexão para este mês que se encerra.
São Paulo, 26/11/2007. W.E.M.
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