domingo, 11 de maio de 2008

Crônica - Ano I - Nº 24 - "O pequeno"

Esta Crônica foi escrita no dia 07/04/2008.

Todos sabem que sou são-paulino fanático, porém poucos conhecem o carinho que tenho por um dos grandes do Rio: o América (sim, ele é grande! Vai falar nas ruas cariocas que ele é pequeno pra ver). E, infelizmente, em 104 anos de existência, é a primeira vez que ele é rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Carioca. Confesso que fiquei chateado com o Mecão indo pra segunda do Rio...

Mas este espaço não é utilizado pra comentar futebol (espero que em meu futuro blog eu possa fazê-lo, treinando assim meu lado jornalista que sonho exercer um dia). Quero usar o exemplo do América pra ilustrar o tema da crônica desta semana: o valor do pequeno.

Apesar de ser grande, o América é conhecido por segundo time de todos, no Rio. E foram impressionantes as manifestações de solidariedade de todos os outros torcedores. Pude ver como o pequeno atrai.

Nem preciso falar de uma característica do ser humano (principalmente o brasileiro) de torcer pelo mais fraco. O menor, pelo menos por aqui, não causa repulsas. Pelo contrário, atrai. Chama a atenção para que outros se juntem à causa.

E assim em nossa vida. Nos pequenos detalhes estão o tom que nosso dia vai ter. Seja no despertar, de como dormimos, daquela anotação ínfima que ajudou a não esquecer o compromisso, da pontualidade, do olhar atento no momento certo, etc. Paremos pra pensar: não é habitual em nossa vida nos encontramos com situações mirabolantes e espetaculares, dignas de roteiros de Hollywood. Justamente o contrário: o curso, o estágio, a aula, as tarefas e projetos... o "feijão com arroz".

Nestes dias comuns reinam as tarefas comuns. Exatamente por trás deste mísero relatório (mais um...) esconde-se todo um processo e o sucesso de um empreendimento. Aí, nesta ordem no material, está o estudo eficaz que resultará naquela boa nota almejada há tempos. Poderia dar mil exemplos de como o dia, a vida se faz através do pequeno. Não menosprezo os grandes sonhos e missões. Mas digo que a eficácia destes sonhos depende primeiro da eficácia nesta tarefa pequena que nos espera.

Uma mãe jamais alimenta seu recém-nascido com virado à paulista. Pra começar, o leite materno e algum complemento que o bebê necessite. Com o tempo, a criança ganhará maturidade pra encarar o suculento prato. Assim conosco: do que adianta almejarmos aquele projeto, a subida de cargo ou aquela casa ou carro dos sonhos, se no pequeno detalhe de uma hora de estudo ou trabalho bem rendidos ou de uma continência de um gasto desnecessário, pipocarmos?

Do nosso caminhar "rotineiro" dependem muitas coisas grandes. O que precisamos é dar o toque certo para que essas pequenas coisas cotidianas nos façam vibrar, e não esmorecer.

Numa ocasião, o mestre de obras passava pelo canteiro, inspecionando o trabalho dos "peões", acompanhado do cliente que requisitou a obra. Esse último, curioso, começou a perguntar a cada "peão" o que estava fazendo. O primeiro respondeu: "- Tô erguendo esse maldito muro, mas logo logo vou pra casa". O segundo: "- Preparando o cimento. Quanto desperdício! Pra quê tanta coisa?". Assim foi, até chegar a um "peão" que, contente, assobiava uma canção popular e colocava com prazer um tijolo no muro:"- O que você está fazendo?". Resposta: "- Tô construindo uma empresa, doutor!". Vejam só: de um pequeno tijolo, uma empresa...

Não devemos menosprezar o pequeno detalhe de cada instante ou tarefa. Eles podem ser o diferencial para que você tenha êxito. Quem não olha para esses mínimos detalhes acaba por tender à distração, não fixa os olhos no que tem de ser feito, nem nos outros. É o famoso "desligado".

Hoje se fala muito em mudar o planeta e fazer a "revolução". Essa mudança e "revolução" está próxima de nós. Perceba e colabore para isso olhando e cuidando do que você tem de fazer agora: ali está sua parte, por enquanto, na Missão.

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