domingo, 11 de maio de 2008

Crônica - Ano I - Nº 21 - "Doar-se"

Esta Crônica foi escrita no dia 16/03/2008.

O ano tá voando rápido! Mandei uma mensagem de Feliz Natal há pouco tempo, e já, já mandarei a de Feliz Páscoa... mas tudo bem...

Começou a Semana Santa neste 16/03, com o Domingo de Ramos. Semana em que os católicos (e mesmo os cristãos em geral, e a humanidade) param pra refletir bastante em tudo o que Cristo fez por eles...

E justamente o título desta crônica mostra o que Ele fez de melhor: doar-se. E é sobre esse doar-se que falarei aqui.

Doar-se é um verbo parecido com dar-se (eu diria até mesmo sinônimo). Mas há uma acento especial neste verbo. Quando vamos ao hemocentro, não vamos simplesmente "dar sangue", mas sim vamos "doar sangue".

Quando falamos a palavra doar, colocamos junto com ela um acento de carinho, de atenção, de verdadeiro afeto. Colocamos na ação a que ela se referir o coração e mais um pouco.

Falo aqui do doar-se porque esse exemplo é algo que tá faltando muito na nossa sociedade. E não é simplesmente de sentimentalismos que estou falando. O doar-se está em detalhes que muitas vezes passam despercebidos: a atenção ao amigo quando mais te falta o tempo (ou te sobra o tempo), o esforço pra cumprir uma tarefa ou atividade combinada, o simples ato de sorrir quando a maré não tá pra peixe, etc. Doar-se é pôr garra e perseverança naquilo que se deve cumprir naquele momento, sem deixar de pôr uma boa dose de carinho nesta atividade, pensando naqueles que usufruirão dela, e não no mero bem-estar consigo próprio.

Li em um livro a seguinte anedota: um padre foi visitar em um asilo uma velhinha muito doente, nas últimas. Perguntou a essa: "Você está feliz aqui, minha filha?". E ela respondeu: "Não, padre...". Imediatamente ele perguntou o porquê. E a resposta: "Simples: aqui os funcionários me tratam com caridade. Mas minha mãe, quando eu estava em casa, me tratava com carinho".

Taí o sentido do doar-se: é transmitir carinho pelo que se faz e com aqueles com quem tratamos. Repito: carinho não no sentido meloso da palavra. Carinho é simplesmente colocar o coração no que se faz ou com quem se trata. A diferença é brutal ao encontrarmos uma pessoa que nos trata com seca caridade, e outra que vai além: trata com carinho. A conversa deslancha, e o coleguismo vira forte amizade.

Neste Sábado ouvi de um amigo, num aniversário o seguinte: "aqui estão meus amigos. É com esses que a amizade vai ficar no final da faculdade, pois a gente faz vários planos juntos, um liga pro outro, etc". Quais as amizades que ficaram? Justamente aquelas onde a caridade ganhou o tempero do carinho, do doar-se pelo próximo.

Cristo, ao morrer na Cruz, deu a maior prova de carinho que se poderia dar. Morreu por aqueles que amava, e lhes abriu o Céu. Sequer xingou ou bateu o pé contra os que lhe condenaram.

Enfim, é o doar-se. E é nesse exemplo de Cristo que me espelho. Ao encontrar alguém querido, danem-se os limites. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá, doa a vida pelos seus amigos e mais próximos. E saibam: jamais me arrependi ou tive um revés ao apostar e lutar por cumprir a sentença acima. E, se os ouve, transformaram-se em bem rapidinho.

Quero desejar aqui aos visitantes, amigos, familiares, etc uma FELIZ E SANTA PÁSCOA! Assim como no Natal, não esqueçam o sentido da festa: sim, viagem, descanso, coelhinho da Páscoa, chocolate, colomba e bacalhau à beça. Mas sem esquecer que, se há tudo isso, é graças ao Anfitrião, o Protagonista da festa, que morreu, doou-se para que ela saísse: Cristo!

Doar-se pelo próximo tenham certeza: vale a pena! Eis o recado para mais esta Semana Santa e Páscoa!

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