E é uma palavra que é uma verdadeira unanimidade entre todas as pessoas. Propagandas em geral, entrevistas e setores diversos de atuação falam da necessidade atual que o ser humano tem de se reciclar, aprender mais coisas (uma língua, um instrumento musical, em uma leitura...). Da criancinha recém-nascida ao vovô de 90 e poucos anos, estamos em uma geração-aprendizagem, que quer superar seus limites e conquistar novas culturas, uma necessidade para o mundo tão dinâmico em que vivemos. E a tragédia do Japão, como muitos disseram, virou uma situação de aprendizado em diversos aspectos (o perigo da energia nuclear, a necessidade de rapidez na previsão e alerta de tsunamis, e a força do Japão na previsão e tecnologias contra essas catástrofes, que pouparam milhares de vidas e foram exemplo para todo mundo).
Este crônica sai, de fato, em defesa dessa sede de aprender. De aprendermos cada vez mais a aprender diversos tipos de conhecimentos. Mas a ideia é ir além: esta crônica defende um aprendizado não só de cursos, mas um aprendizado com as diversas situações que fazem parte de nosso dia-a-dia, sejam com as vitórias, seja com as frustrações. Pois o aprendizado só vale a pena quando nos faz crescer por dentro tanto na razão quanto na emoção.
Uma das grandes funções do erro (ou quando tomamos ciência de que algo é errado) é, justamente, nos fazer aprender, para que não caiamos no erro uma segunda vez, ou pelo menos fiquemos alertados do risco que corremos. E nós, seres humanos, estamos sempre sujeitos a acertar e errar a cada dia que começa, sob variadas situações (ainda bem, pois isso dá uma graça especial ao ato de viver). Assim, estamos sempre nesse processo de aprendizagem. Lembro de uma aula de Física, no Ensino Médio, falando sobre o rendimento dos motores, que nunca chegam a 100%, muitas vezes sequer a metade. Somos como esses motores, que está longe de 100% de rendimento, mas que continua girando, sempre podendo dar um pouquinho mais de rendimento, na batalha, com o aprendizado.
Quando nos abrimos ao aprendizado, arriscando em nossas ações, podemos ampliar esse nosso rendimento evitando erros básicos ou mais graves, ou simplesmente descobrindo "atalhos" para que evitemos futuros tropeços ou frustrações. Vitórias e êxitos dependem muito da descoberta desses atalhos, e estão escondidos atrás de falhas que geram o aprendizado. Vários amigos me falaram (e eu também a eles) sobre os aprendizados que surgem ao quebrarmos a cara com relacionamentos, experiências profissionais, eventos desastrados; e de como essas frustrações fizeram essas mesmas pessoas (e eu também a eles) a rever seus conceitos, aprender e dar a volta por cima. Talvez você, leitor, já tenha utilizado o chavão "com os erros aprendemos" milhares de vezes, mesmo achando cafona... Mas sem achar uma melhor solução ou chavão para substitui-lo. Funciona.
Temos sempre algo a aprender. Uma professora disse na última semana sobre a importância de estarmos sempre querendo aprender, fundamental para seres dinâmicos que somos nós, humanos. Uma virtude, um hábito, uma língua, modo de vida ou comportamento sempre estão ao nosso alcance e podem ser aprimorados. Precisamos sempre de revisões, tal qual um carro, para continuarmos funcionando bem; podemos até teimar, com muita impaciência, em não querer fazer essas revisões, porém ficaremos sujeitos a escangalhar esse nosso carro, a ponto de arriscarmo-nos a uma "perda total".
Com paciência, aprendamos cada vez mais a aprender, no coração, na razão, nas habilidades. Pois recusar-se a aprender é estagnar a capacidade que temos de crescer. E estagnar-se é matar um pouquinho mais, sempre, o ser humano.
São Paulo, 20/03/2011. W.E.M.
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