Mas... peraí... será que esse brilho do Natal atinge mesmo todas as pessoas? Definitivamente, a resposta é não.
Ao atravessar a Avenida Paulista, pude perceber que na altura da Rua Augusta, em contraste com todo aquele brilho das luzes de Natal do Conjunto Nacional, dos prédios do Bradesco, Itaú e FIESP, estava um imenso arranha-céu de um famoso banco de investimentos totalmente apagado, triste, como se estivesse nem aí para o brilho do Natal. E também nesta semana, uma de minhas amigas de MSN soltou em seu nick: "Espírito Natalino é a pqp". Já ouvi várias histórias de pessoas que detestam a noite de Natal, que acham uma "noite de falsidades", e por aí vai. Será que é isso mesmo?
Eu concordo em partes com essas pessoas que tem repúdio pelas "falsidades de Natal", ou pelo pseudo-espírito natalino. De fato, o Natal acaba por, num átimo, tornar boazinhas todas as pessoas, sentimentos, rixas, como se nada tivesse acontecido. Abraços falsos, cartões de Natal daquelas pessoas que mal conhecemos, "explosões" de fraternidade e beneficência... Mas tudo somente no 25/12. Depois, no "day after", tudo voltando ao normal, com as rixas e maus sentimentos de sempre (ou então, só depois do Reveillon). Uma hipocrisia que assusta, e que acaba por levar ao aumento das pessoas que, como minha amiga, odeiam esse falso espírito natalino.
Agora, hora da defesa do verdadeiro Espírito Natatino, que não tem somente um mês de validade, do início de Dezembro até o Ano Novo. Nem deveria se chamar, na verdade, Espírito Natalino, pois esses sentimentos e alegria que o Natal trazem consigo deveriam durar os 365 dias do ano e sempre. O Natal é muito mais que uma "trégua": é, sim, um momento em que os bons desejos e o amor ao próximo atingem (se é que isso é possível) seu nível máximo. Bons desejos para nossos familiares, amigos e colegas não podem estar restritos ao mês do Natal; um abraço e a torcida por estes não podem ser "eventos de época". Não: o Natal, na verdade, deve nos fazer aumentar essa sede por conduzir essa explosão de alegria, luzes, cores e bons desejos para o próximo por todos os dias de nossa existência. Do contrário, como dito, o Natal vira uma "trégua" repleta de falsidade que ao invés de atrair seguidores, acaba por afastar as pessoas que veem toda essa falsidade e, com um pouco de razão, se revoltam.
Por fim, o Espírito Natalino só ganha sentido quando não nos esquecemos do Dono da festa, do Aniversariante: Jesus Cristo, e não o Papai Noel. O Natal é uma época em que as pessoas que não possuem fé ou a leva às meias acabam por naturalmente se entristecer, já que acabam por se comportar como um barco à deriva: sem norte, ficam como que perdidas na noite, sem entender a essência da alegria ao redor que vemos nessa época de Natal, e que faz sentido só para aqueles que veem que o Natal traz consigo a lembrança do salvador, que a cada Noite de Natal nasce e renova nos corações os desejos por sermos pessoas melhores. E mais: nos impele a levarmos esses sentimentos tão positivos a todas as pessoas, pelo próximo e próximo e próximo ano. Para essas pessoas que estão perdidas na noite, que dolorosa é a Noite de Natal, já que é como se tivessem recebido um convite para a festa do Aniversariante, e o tivessem rasgado, preferindo ficar assistindo tevê. Que programa de índio, não? Para essas, a minha sincera oração.
Que o Espírito Natalino vença as barreiras desta época de Natal e atinja nossos corações de maneira verdadeira "per omnia saecula saeculorum". Assim, quem sabe essa minha amiga, o dono daquele banco e muitos outros recuperarão a alegria de se comemorar essa data magna: o Natal!
São Paulo, 25/12/2010. W.E.M.
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