É graças ao fenômeno que está tomando a mente de um grande contingente de pessoas: o ano de 2012. É filme, previsões, expectativas negativas para o ano citado. Abro o Orkut, e vejo uma frase "só mais dois anos", escrita por um amigo. Outro dia, em uma reunião de amigos, vem à mesa o tema 2012: astros conspirando para levar 1/3 da população, eixo da Terra se deslocando para o zero, eclipses, cataclismas e o escambau. Quer tirar a prova? Experimente digitar 2012 no Google: veremos menções ao fim dos tempos e essas coisas. De fato, um ano "agourento".
Interessante é ver a quantidade de pessoas que estão sob o "efeito 2012". Me surpreendeu ver o debate com olhares sérios das pessoas que estavam comigo à mesa. A grande quantidade de sites relacionados ao tema é assombrosa. E então?
Como católico, creio que um dia vá chegar o final dos tempos e uma nova terra (basta ler o Apocalipse). Nem é necessário tocar no tema religião: estudos astronômicos mostram que o universo continua em expansão e que chegará um momento, daqui a centenas de bilhões de anos, que a massa contida nele irá se desagregar ou então haverá um efeito inverso ao observado no Big Bang (retração). Acontece que não se sabe nem dia e hora que isso poderia acontecer: amanhã, daqui a três meses, daqui a 30 trilhões de anos, sei lá. Previsões? Não faltaram na história da humanidade previsões sobre o fim do mundo. Utilizaram de tudo: coincidência de números, meses, eventos naturais, entre outros. Já houve casos de seitas e grupos que previram diversos "fins do mundo", e nada (quem não lembra do Nostradamus e as profecias da virada do século XX para o XXI?).
O que não podemos aceitar é a compra dos discursos de fim de mundo charlatães (quantos!) pela humanidade. Aceitar esses discursos também mostra o quanto a humanidade a cada ano que passa está mais pessimista e resignada com seu futuro. Ao invés de fazer sua parte para reverter as imundícies que assolam o mundo, muitos dão asas à profecias, ou então discutem com "seriedade" as teorias de fim de mundo. Este tipo de atitude é como jogar para baixo do tapete o dia de hoje, pensando num amanhã improvável. Insano.
Certa vez, ouvi uma anedota inesquecível: um homem perambulou pelas ruas de uma grande cidade e questionando os transeuntes: o que você faria se o mundo acabasse daqui a dez minutos? As respostas foram variadas: um iria correndo se esbaldar no prostíbulo mais próximo; outra, iria roubar o primeiro banco; aquele, iria dar sem escrúpulos o tiro na sogra tão sonhado, entre outras respostas sérias e estapafúrdias. Até que este homem chegou a um campo de futebol, e foi perguntar para um garoto que ali fazia umas embaixadinhas. A resposta foi surpreendente: "eu continuaria jogando bola". E o homem perguntou: "Mas e as coisas que você sempre sonhou? Você não iria correndo atrás delas nesse último instante?". O rapaz retrucou: "Se isso acontecesse mesmo, tô preparado pro que der e vier. Se não realizei esses sonhos em 12 anos, não o faria em 10 minutos. Então, continuo jogando bola!". A história acima mostra qual deveria ser o espírito da humanidade perante esses assuntos: não esquentar a cabeça, e sim pensar no presente. Quantas coisas não estamos nesse instante envolvidos (um trabalho, uma atividade esportiva, o vestibular, os dias de férias...)? Ao invés de criar caso com 2012, por que não nos preocupamos com o hoje? Viva esse minuto, esse dia com grandes ações, corra atrás do que está sonhando. E dessa forma prepare 2012, para que ele seja um ano muito melhor que 2010.
Ah, sim: se vier algum 2012-maníaco te encher o saco, diga pra ele: "Pode vir 2012, 2054, 20 e lá vai fumaça, que será um ano bem vivido! E o que tiver de ser, será, e estarei preparado(a), que é o que importa!". Feliz 2012 antecipado a todos!
São Paulo, 04/01/2010. W.E.M.
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