Cada 25 de Dezembro é momento de dar parabéns a Jesus Menino. Pelas ruas luzes, estrelas eenfeites parecem que só ressaltam a presença do Papai Noel ou das promoções de Natal, mas quem olhar a fundo vai ver que elas possuem outro significado: o nascimento de Cristo nos traz uma nova chama de esperança. O que estava escuro, tal qual a queda num buraco sem fundo, ganha luz e nos dá uma chama de oportunidades, a chama do recomeçar.
Certo amigo meu, durante um bate-papo esta semana, contou de sua antipatia pelo Natal. "É uma data de gente falsa, que durante o ano fez um monte de cachorradas e agora querem pagar de boazinhas". Essa opinião não é só de meu amigo. Não são raras as pessoas que irão esconder-se do clima natalino e que não entenderão o porquê dessa gente estourar champanhe ou fazer uma ceia pra depois voltar "tudo ao normal".
Para refutar essa posição, basta lembrar que o Natal só ganha sentido acompanhado de mãos dadas com a esperança. Primeiramente, a esperança divina, claro: quem tem fé sabe de cor e salteado que cada Natal é uma oportunidade de reavivar a esperança no Criador e na Eternidade. Viver de fato o Natal é saber que, graças ao Menino que observamos deitadinho no Presépio, abriram-se as portas do Céu e a nossa vida e agir ganharam o devido sentido, esse sentido religioso que tantas pessoas em certos momentos da vida jogam pra baixo do tapete ou mesmo renegam, mas que em outros momentos da vida (principalmente os mais difíceis) correm atrás dele.
A segunda esperança é a esperança humana, tão necessária para o recomeço de todos os dias. Não teremos 100% de êxito em nossas empreitadas: cada dia chega com problemas pra resolver, desafios, vitórias e derrotas, apostas. E justamente o combustível necessário para irmos em frente é a esperança de dias e horas melhores. Se a esperança de fato morresse, contrariando o velho adágio, o mundo pararia: trabalho e escola não teriam mais sentido. A dona de casa não iria mais levantar cedo pra chamar os filhos pra escola, não haveriam campeonatos de futebol, as pessoas não sairiam de casa. A humanidade se extinguiria, pois pra que por mais alguém no mundo? Esperança por novas conquistas e amanhãs dariam lugar a um pessimismo grotesco, um vazio de sonhos, nada. Imaginem um fundo todo branco, vazio: é isso que seria a humanidade. Um montoado de "nada".
E justamente o "falso" Natal é que trará a chance de esquecer os tropeços passados e ir, juntamente com os mais queridos, queimar os dias e momentos ruins na fogueira da caridade e da esperança, utilizando as cinzas dessa queima para a adubação de um recomeço. O Natal bate à porta nos deixando a mensagem de um novo recomeço, e nos próximos anos acontecerá a mesma coisa. O Natal mostra a realidade do homem: um sujeito que, em sua essência, começa e recomeça todos os dias, e que necessita da esperança pra esse ciclo do recomeço. Recomeço que pode estar em pequenas atitudes: perdoar uma antiga rixa, aprender a compartilhar com a família ou o próximo, sorrir (quantos têm verdadeira dificuldade em sorrir!), propósitos novos de mudança (pra melhor) de vida. Tudo isso em obediência não ao "eu", mas ao Menino Jesus que, deitado na manjedoura, nos diz: "Tá vendo essas luzes ao redor? São por meu nascimento, mas também para te lembrar da necessidade de seu nascimento diário, quantas vezes for preciso: luta que você chega lá!".
Portanto, tanto aos amantes como aos céticos do Natal fica o convite da esperança. O mundo não foi feito para pessoas que jogam a toalha, mas para os que brigam, apanham, mas ficam de pé até o último round. E essa energia do Natal e força do Criador-Menino é quem nos robustece para o round que começa, que vai até o Natal do ano que vem.
NATAL: ESPERANÇAS RENOVADAS PARA TODOS NÓS!
São Paulo, 25/12/2009. W.E.M.
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