Mas falemos de coisas boas: chega mais um Dia dos Pais, no próximo Domingo. Hora de lembrar com mais carinho do protetor, ídolo e líder da família. Aquele que tem conselhos sábios, que não te deixa na mão na hora dos apertos, que cobra com maior ênfase suas vitórias ou nas derrotas. Ser pai não é pra qualquer um! Que o diga meu querido pai, que ano que vem chegará ao seu Jubileu de Ouro.
Poderia falar aqui sobre diversas atitudes e virtudes que caracterizam um Pai-Herói, parafraseando a novela de 1979 da Globo. Entretanto, o processo de internação acabou me ajudando a "escolher" uma dessas atitudes.
Justamente a pessoa que me acompanhou até o HU, para a internação, foi meu pai. Antes, passamos pela Geografia-USP, e imediatamente ele começou a me bombardear com diversas perguntas sobre meu cotidiano: onde fico estudando, os meus amigos (ele conheceu vários no dia), as "paqueras", a condição do prédio e por aí vai. E a cada resposta que eu lhe dava, percebia em seus olhos uma vibração especial, como se aquele cotidiano fosse o dele.Naquele dia, meu pai deixou seu horário de trabalho (apertadíssimo) para me acompanhar na internação. Chegando ao HU, esperou pacientemente comigo. Dormiu sentado nas cadeiras da espera. Rodeava o hospital, querendo ver onde o filho passaria duas noites. E, durante o processo de vagas, conversou com os médicos e enfermeiras como se ele mesmo fosse ser internado em meu lugar. Saímos do HU sem a vaga para internação. Eu, chateado. Meu pai, posso dizer com certeza: mais ainda.
Num comercial de Gelol de anos atrás, saiu uma frase que pode ilustrar o papel que meu pai (e muitos pais por este mundão de Deus) fazem a cada dia: "não basta ser pai, tem que participar!". Uma das características dos legítimos pais é essa briga, proteção por seu filho (a). Os anseios deste filho tornam-se automaticamente seus anseios. Sonhos ou profissões de infância não realizados, o pai sonha em vê-los no filho. E lá vai o pai jogar bola, empinar pipa, brincar de casinha, ir na reunião de pais ou correr para o pronto-socorro com o filho. Um exercício magnífico de abnegação, e ao mesmo tempo da mais pura parceria e lealdade.
Muitos outros exemplos de participação do papai em nossas batalhas poderiam ser citados. Assim, nesse Dia dos Pais, quando você for dar um beijão ou um belo presente ao seu pai, ou trazê-lo à lembrança, se ele já tiver ido para o Céu, lembre-se com carinho de que por muitas vezes (talvez sempre) ele foi seu parceiro. O seu atual status quo tem bela parcela de participação de seu pai, presencialmente ou na torcida. Olhe para ele e tenha a certeza de que aí está um Homem que, se for preciso, dará a vida para que seus sonhos se realizem e você vença, tal como Deus, o maior dos Pais, fez por cada um de nós. Eu posso dizer de boca cheia que tenho um pai desses, como tantos outros filhos e filhas, e tenho a certeza de que muitos outros jovens querem ser esse Pai-Herói, que participa, como eu o quero ser quando chegar a hora.
Quero desejar um Feliz Dia dos Pais a cada papai dos leitores dessa crônica. Falo isso com fé de que eles sejam tão heroicos e participativos, como o meu nesses 25 anos sempre se mostrou. Se eles não foram assim, ou você sequer chegou a conhecê-lo, não fique triste: compense essa falta de participação participando, fazendo sua parte, vibrando com as conquistas e batalhas de seus futuros filhos. Enfim, fazendo um belo papel de Pai, com P Maiúsculo.
"P" maiúsculo que também é a inicial de "Participação".
São Paulo, 02/08/2009. W.E.M.
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