Como as Olimpíadas deste ano tiveram, numa feliz coincidência, a cidade de Pequim como sede, os chineses não deixaram por menos e, pontualmente às 8 da noite (horário de Pequim), deu-se a Cerimônia de Abertura destes Jogos. E que Abertura...
Tô cansado de receber e-mails falando sobre boicote, anéis olímpicos em forma de algema, Tibete, polemizando os Jogos. Não vou entrar aqui nos méritos da questão. Sem dúvida, a China é um país onde a questão dos direitos humanos e liberdade de expressão sofrem com medidas governamentais bastante questionáveis. Quando vibro com esses dias, vibro louvando a capacidade do povo chinês de realizar empreendimentos e invenções memoráveis ao ser humano e louvar mais ainda o espírito olímpico, de união e de diversas virtudes que cercam os Jogos. Quero falar de coisa boa nesta crônica; haverão, com certeza, momentos mais propícios pra se discutir os desmandos do governo chinês, e não da China (deu pra perceber a diferença entre os predicativos?).
E as Olimpíadas são sim uma coisa boa. Eu diria mais: fantástica. Muitíssimas lições poderemos tirar destes dias de jogos olímpicos. A começar pela abertura: quando vi aquele espetáculo, pude ficar de frente com o engenho do ser humano e os dons que recebemos do Criador. Pude constatar: não foi pouca coisa que recebemos...
Nas diversas modalidades não faltam exemplos de luta, volta por cima, superação dos limites e recordes. Mais que tudo isso: é o famoso espírito olímpico, que torna até aparentes fracassos em vitórias posteriores e muitas histórias pra contar, sem falar da importância de participar do espetáculo.
E tem mais: o espírito olímpico também está conosco, e mal sabemos. Também estamos na história, na luta, na quebra de recordes... Quantas vezes o simples ato de acordar foi uma peleja mais dura que qualquer luta de judô ou taekwondo? Um gole d'água ou um banho, depois de um duro serviço, nos remetiu para o mundo da natação? Esportes com bola é covardia... e atletismo, então, nem se fala. Quem toma ônibus ou caminha grandes distâncias entendeu bem meus dizeres...
O espírito olímpico está conosco quando "competimos" em nossa jornada diária. Nossas proezas, quando olhamos para trás, não deixam nada a desejar dos grandes medalhistas. Se há alguma falha, vêm as "medalhas de prata ou bronze", ou então surgem novas oportunidades de recomeço, treino para o próximo dia.
Como é gostoso viver cada dia, quando encaramos o mesmo com essa contagiante alegria que vemos durante os Jogos Olímpicos! Pena que pouca gente se dá conta de que essa alegria não precisa depender de dezesseis dias de competição. Detesto quando ouço de algumas pessoas: "O que eu ganho assistindo às Olimpíadas? As medalhas não são pra mim, nem vou ficar famoso! Não vou dar ibope pra esse pessoal!". Amigos, se fôssemos seguir essa política ao pé da letra, não poderíamos sequer consumir o leite que tomamos, pois seria "dar ibope" para o rico empresário dono da empresa. Pra mim essa desculpa é dada por aqueles que, direta ou indiretamente têm inveja dos que estão lá representando as diversas nações ou menosprezam o quanto esse pessoal ralou pra chegar lá; ou seja, não têm o menor espírito olímpico, pois quem o tem sabe dar valor às vitórias do próximo.
Independente do que você pensa sobre a China e seu comportamento político, sugiro: não tenha receio de acompanhar as Olimpíadas. Do esporte se podem tirar belíssimos exemplos e lições.
Assim, não teremos saudades depois da Cerimônia de Encerramento. Pois as Olimpíadas da vida continuarão a ser jogadas!
Que vençam os melhores! Vençamos! Vamos atrás de mais um "ouro"?
São Paulo, 11/08/2008. W.E.M.
Nenhum comentário:
Postar um comentário