quinta-feira, 26 de junho de 2008

Crônica - Ano I - Nº 35 - "Calor Humano"

No último dia 20/06 começou oficialmente, às 20h59, mais um inverno. Nem precisou começar pra sentirmos o frriiiiiooooo que veio... e aliás estamos sentindo.

Aproveitando o gancho das festas juninas e fogueiras que estão ocorrendo (tal como houve na Geografia da USP, ontem à noite), podemos falar não só do calor emanado por estas fogueiras... ou pelas blusas e cachecóis, neste inverno.

Podemos falar de outro calor que muitas vezes nos faz falta: calor humano. O ser humano, pra sobreviver, precisa de calor, estar aquecido (36ºC é o normal)... mas a alma, amizades, relações, ambiente, também partes do ser humano, precisam estar quentes pra sobreviver.

Há quase duas semanas, tive a oportunidade de comparecer mais uma vez ao Assentamento Milton Santos, em Americana, pela matéria na qual presto serviço de monitoria (serviço que não chamo cargo, mas carga - ser monitor é servir tal como um tapete, para que os alunos que cursam a disciplina possam pisar macio). Muita expectativa havia por parte dos alunos ali presentes: "o que vamos encontrar"? E o que se viu, durante os três dias de campo, foi uma interação entre os assentados e os alunos no mínimo espetacular. Na despedida, choro, projetos, amizades consolidadas, inclusive entre os próprios alunos da turma, que também não se conheciam muito bem.

Se houve essa interatividade entre todos, é porque no meio de tudo isso havia o tempero do calor humano. Nas coisas que fazemos não basta o "fazer por fazer". Não existe homem ou mulher mais repulsivo do que aquele ou aquela que faz as coisas com má vontade, que propositalmente "deixa o arroz queimar". Em tudo o que fazemos, quando há calor humano, carinho, gosto pelo que se faz, o resultado não poderá ser melhor.

As festas de que falei nas linhas mais acima também não ocorreriam se não fosse a dose de calor humano. Se há um inimigo mortal de qualquer plano é a frieza, a indiferença que tanto repudio (e que fiz questão de colocar no campo "O que não suporto" de meu perfil de Orkut).

Faça um teste simples: experimente convidar alguém que esteja próximo de você para, por exemplo, fazer um bolo, sem qualquer motivo específico. Se a primeira reação for de inquietação, preguiça, perguntas demais sobre o motivo do bolo, desculpas com o dinheiro, desista... você está lidando com alguém que possui um percentual baixíssimo de calor humano, e que possui maior facilidade de congelar do que aquecer planos. Agora, se a pessoa topar sem pestanejar, já lançar idéias, chamar amigos, enfim, correr atrás, esteja certo de que estás diante de um verdadeiro vulcão emissor de calor humano, mais forte que o Etna... com esse cara, você venderá gelo pra esquimó! Os projetos com ele sairão!

Pois bem, aproveitemos este início de inverno para medir o nosso índice de calor humano. Quem não sabe emanar uma atmosfera de carinho, atenção, preocupação real e lealdade certamente terá muitos percalços na relação com o próximo, seja amigos, colegas de trabalho, namorado (a), etc. Um humor rude e fleumático em muitas ocasiões só faz retroceder ou desanimar a pessoa que temos em volta. Muitas coisas grandes que de repente essa pessoa poderia fazer contam, em milhares de casos, com um sorriso ou uma palavra otimista para saírem do papel. Aquele que não gosta desse tipo de palavra, taque a primeira pedra.

Vai começar Julho, mês de férias e resoluções visando o próximo semestre. Momento de recarregar as baterias. Mês pra juntar histórias e momentos marcantes pra contar pros amigos, na volta das férias. Mas só será assim se houver o calor humano nosso e dos que forem partilhar desse momento conosco. Ou você quer férias frígidas, sem sal, chatas?

Saiba da recompensa: quem aquece o ambiente, recebe o aquecimento também para si próprio! É recíproco!

Dias, amizades e relações humanas quentes para todos nós!

São Paulo, 26/06/2008. W.E.M.

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