domingo, 11 de maio de 2008

Crônica - Ano I - Nº 15 - "Carnaval"

Esta Crônica foi escrita no dia 01/02/2008.

Este ano de 2008, como alguns anos, é marcado pelo fato de o Carnaval ser realizado mais cedo, isto é, bem no início de Fevereiro.

Entretanto o Carnaval, em qualquer ocasião, é sinônimo de festa, alegria, encontro com os amigos... a história do Carnaval mostra que este é um momento de alegria, antes do início da Quaresma (Quarta-feira de Cinzas, dia em que esta começa). Carnem levare, em latim: levem a carne (lembremos que é costume não comer carne na Quarta-feira de Cinzas).

E o tempero brasileiro faz com que o Carnaval ganhe sabor especial em nossa Pátria: o samba, as alegorias, o próprio calor humano que caracteriza o brasileiro, a disputa entre as escolas, a dança, etc...

Enfim, o Carnaval tem todos os ingredientes para ser uma festa de gala antecedendo as Cinzas. Mas tem gente que, propositalmente, quer transformar esta festa em outra coisa: pura devassidão.

Muitos acham que o Carnaval é uma data onde "vale tudo", isto é, vale promiscuidade, bebedeira desenfreada, orgia, isto é, liberalismo animalesco, onde o homem esquece quem ele é e se torna uma besta, literalmente.

Ainda por cima usam as desculpas da história do Carnaval, onde divindades greco-romanas e a mera arte do comer-beber eram cultuadas com imensas orgias e bacanais. Olha, nem é preciso entrar em detalhes pra imaginar o nível destes "cultos"...

Amigos, poderíamos aqui neste espaço entrar em milhares de justificativas cristãs sobre os porquês de viver o Carnaval com sobriedade e limpeza. Porém basta utilizar como justificativa que o homem é um ser que possui uma dignidade única. É um ser racional, que provocou a mente de diversos filósofos durante a História, e que possui uma responsabilidade única na conservação da terra que vivemos. Quando o homem põe por terra essa dignidade, baixando o nível e promovendo espetáculos onde o corpo acaba por anteceder a alma e o ser, seu sentido de existência no mundo perde a razão: sai da linha do horizonte essas responsabilidades, e entra o refrão "comamos e bebamos que amanhã morreremos". Sai a conduta de homens que sabem o que vale sua alma e sua vida e entram animais que, pelo prazer de momento, aceitam se equiparar a garanhões de reprodução ou porcos de chiqueiro (me perdoem estes animais, pois eles não têm culpa - são irracionais).

Enfim: o Carnaval, quando vivido dignamente, é sinônimo de alegria, viagens, amigos, música e boa folia: histórias pra contar na Quarta-feira de Cinzas. Certeza de risadas e bons momentos. Porém, quando este é desvirtuado pelo descontrole animal, torna-se uma data triste, suja, onde um momento devasso que vai ficar para trás (afinal, as contas estarão ali pra serem pagas - como lembrar da "orgia"?) será o resquício do que era pra ser uma festa de verdade. E são estes últimos que vão encher nosso saco nas Cinzas, reclamando de tudo e de todos, devido à ressaca.

Que todos nós possamos voltar bem ao batente nas Cinzas (recado aos amigos cristãos/católicos: não esqueçam do jejum e abstinência de carne neste dia, hein...) , como compete ao homem: ser que é imagem e semelhança de Deus... Pouca coisa, né???

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