quinta-feira, 8 de maio de 2008

Crônica - Ano I - Nº 3 - "O mês de Novembro"

Esta é a crônica mais antiga que tenho salva, e data de 30/10/2007.

Já estamos pra entrar num mês que considero, entre todos, o de maior reflexão: Novembro. É um mês que faz lembrar vida e morte, eleições e decisões, enfim, reta final. As festividades e acontecimentos dos meses de Dezembro e Janeiro dependem muito das ações feitas em Novembro.

Mas podem perguntar: por que toda essa ladainha sobre Novembro? É só mais um mês... Pode ser, mas confesso que já senti na prática a força do "escorpião" (o signo que geralmente rege Novembro), hehe. Pra começar: foi em Novembro que descobriria, há dezesseis anos, que ganharia um irmão (o Adriano). Foi em Novembro que, há quase 17 anos (dia 11) escaparia com vida, junto com meus pais, de um acidente de carro em Diadema (não posso descrever aqui aquele dia, só posso dizer que nascemos de novo, e ilesos). Foi em Novembro, há cinco anos, que venci a duríssima batalha da primeira fase da Fuvest, e hoje posso estar aqui contando com milhares de colegas uspianos que só dão forças pra continuar. E só mais uma: também foi em Novembro que começou minha trajetória no mercado de trabalho, em 2001. Ou seja, só posso perguntar: que outras surpresas e conquistas virão oriundas do mês de Novembro??? O tempo dirá...

Também Novembro é um mês muito especial para lembrarmos daqueles que já se foram, e também refletirmos que, um dia, também seremos essa folha de outono caída. Como Católico, acredito nas orações pelas Almas do Purgatório e na ajuda que elas dão perante Deus. É "bate-volta": quando rezo pra elas, sinto como se estivesse empurrando várias pro Céu, com elas estando "em fila indiana pra entrar". Em troca, elas me dão uma forcinha em vários assuntos. Um exemplo que tive: na Fuvest 2003, voltando da prova, passei diante do Cemitério Campo Grande e pedi uma intercessão especial pra elas junto a Deus para passar na facul. Deu certo, e até hoje retribuo com uma visita a um cemitério no dia 2 de Novembro.

A Morte (com M maiúsculo, mesmo) não é um assunto pra se temer e tremer; pelo contrário, o prazer da vida, a curtição, o encontro com cada pessoa se fortalece quando se perde o medo de morrer, quando se vive cada dia com a intensidade do último, se luta. A Morte torna-se aliada contra o tempo jogado fora, o ócio. E faz a vida ser Vida (com V maiúsculo). Claro, sem a paranóia que João Cabral de Melo Neto exemplificou em um poema que fez para Clarice Lispector, onde contou um fato real envolvendo a mesma: em uma roda de amigos, quando um chegou com um assunto extrovertido, foi literalmente interrompido pela escritora, com um seco: "vamos voltar a falar da morte?". Aí não, né?? Porém vale a pena aproveitar a entrada deste mês para limpar qualquer receio sobre o assunto.

Enfim, por essas e outras que trago no peito o mês de Novembro: decisões, atitudes, fatos, reflexão. E só posso repetir a questão: que outras alegrias mais virão de Novembro? "Obrigado, Novembro"! :)

Pra vocês, também é assim???

E pra fechar: numa rápida estatística, a maioria dos meus atuais "amigos Orkut" são aniversariantes de Novembro... ê, mês 11... mês pé-quente!!!

São Paulo, 30/10/2007. W.E.M.

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