Crônica - Ano II - Nº 90 - "Vamos falar de inferno?"

Atualmente estou lendo sobre a vida de São João Maria Vianney, cuja festa foi no último dia 4/8.

Num dos trechos do livro, é mostrado um verdadeiro embate que o santo enfrenta com o demônio, incomodado por suas boas obras. O demônio vai, o puxa pelo pé, faz uma arruaça em sua casa!

Amigos, uma "novidade": o inferno existe! Em milhares de séculos vimos histórias terríveis sobre a ação do demônio e a existência de um abismo sem fim. Não faço aqui um texto piegas ou assustador. Somente quero falar uma realidade que, para quem é adepto do cristianismo seja na vertente que for, é de fato realidade. E que justamente muitas pessoas que se dizem adeptas desse cristianismo jogam para baixo do tapete, como se o tema não tivesse importância, ou com o seguinte chavão: "já tô salvo, pra quê acreditar em inferno?".

Pessoas de grandes virtudes ao longo dos tempos temeram o inferno. Sabiam de sua realidade, tanto quanto 1+1=2. E mais: viam claramente a ação demoníaca no dia-a-dia. Brinco que Lúcifer é um sujeito que qualquer empresa gostaria de contar no quadro de funcionários, pois não tira férias, trabalha 24 horas por dia e é empenhado no que faz, a tal ponto que vemos com clarividência suas obras: ódio e violência (Neste Sábado não me escapou à vista dois homens se estapeando em plena Praça da República, por uma discussão fútil), indiferença com o próximo, sede de poder e dinheiro, depravação (Em diversas esquinas podemos ver uma série de vendedores de dvd's pornográficos, e é rotineira a presença de mulheres quase nuas em esquinas vendendo seus "serviços"), vícios, e por aí vai.

O "tinhoso" sabe do assunto. Não apresenta para as pessoas esse montão de lixo citado acima como se fosse algo ruim: apresenta, com um discurso magnífico, essa lixaiada como algo formidável, necessário. O diabo não é nada trouxa: sabe como levar os outros na conversa. Certa vez, ouvi uma história divertida sobre um escultor talentoso, que recebeu a seguinte missão: esculpir um demônio. O escultor pensou: "Ora, o demônio lembra tudo de mau: logo, farei-o bem feio, assustador". E assim o fez. Entretanto, passados alguns dias, o escultor recebe a visita do belzebu em pessoa, este furiosíssimo, quebrando espelhos e louças do velho escultor. O escultor perguntou: "Mas por quê essa fúria? Que que eu fiz?". O demônio respondeu: "Estou furioso com sua escultura! Que coisa horrível era aquilo?". O escultor: "Ora, você não é o pai do mal, da feíura?". O demônio: "Mas você acha que eu sou assim? Muito pelo contrário! Para conquistar os homens para a perdição não é por meio da feíura, mas só mesmo pela aparência de belo: só assim para eles caírem em minha conversa". E o demônio mostrou sua verdadeira face, que mais lembrava a de um galã. O demônio exigiu uma nova estátua, senão continuaria a importunar o escultor. E assim o escultor o fez.

É triste observar que muitas pessoas cristãs estejam pouco se lixando para a existência do inferno. Elas mostram isso ao cederem despreocupadamente a essas iscas demoníacas, como se isso não desagradasse a Deus. Desagrada, e muito! É como dar uma punhalada no próprio pai sem dizer os porquês. E dizer a este: "quero ir embora de sua casa, odeio você. E achei quem me compreenda". Hoje o demônio, devido a essa complacência humana, conta com muitos aliados para espalhar o mal pelo mundo afora. E ri ao observar nos homens vícios que só ajudam seu trabalho: o ceticismo e o relativismo.

Deus é justo com aqueles que O quiserem trocar pelos valores belzebunianos. Você, cristão: aposte nos verdadeiros valores dessa vida. Aposte em Deus, e não caia na malandragem do demo. E se cair, retome o caminho, lute.


Deus nos quer no Céu já aqui na terra. No entanto, conta que nós chutemos o diabo pra escanteio também aqui na terra. Que todos nós de fato o queiramos chutar. Ou então estaremos fadados a ser cristãos bunda-moles... rumo ao inferno.

São Paulo, 10/08/2009. W.E.M