domingo, 5 de julho de 2009

Crônica - Ano II - Nº 85 - "Irmãos de Sangue"

O dia 09/07 é especial para mim. Feriado em Sampa, devido à Revolução Paulista Constitucional de 1932 , onde pessoas deram a vida e um pouco mais para que medidas ditatoriais não fossem impostas no Estado de São Paulo à época. E mais do que isso: é aniversário de meu irmão, Adriano.

Em tributo a meu irmão, quero falar justamente sobre... os irmãos. Irmãos de sangue.

Em crônicas anteriores falei sobre o quanto nossos pais são valiosos para nossas vidas. E nossos irmãos também o são. Quem tem seu irmão tem muitas, mas muitas histórias diárias pra contar. Eu, por exemplo, possuo um comportamento bastante diferente de meu irmão: ele gosta de rock, eu curto de tudo um pouco; ele deixa o cabelo crescer, eu não; ele adora tênis All-Star, eu passo longe... diferenças! Outros possuem irmãos caçulas que praticamente são espelhos dos mais velhos: vários amigos meus têm irmãos que seguiram a mesma profissão, dividem o guarda-roupa, curtem as mesmas bandas... semelhanças!

Os irmãos podem estar perto, como o meu (que vira e mexe espera eu chegar lá pras 2 da matina só pra contar uma novidade ou por o papo em dia), ou afastados por diversos motivos: já casados, ou fazendo faculdade em outra cidade, ou se aventurando num emprego fora da cidade natal e até mesmo fora do País, como são os casos de amigos e amigas minhas. Entretanto, perto ou longe, há contato: se está perto, um bate-papo na hora do almoço ou um plano junto é fundamental; se está mais afastado, horas de MSN, celular ou Skype pra contar as novas.

Os irmãos e irmãs às vezes causam um pouco de ciúme. Se temos um irmão caçula, as atenções que antes eram todas suas passam ao maninho (a). Se temos um irmão mais velho, você se sente algumas vezes jogado às traças já que ele (a) não lhe dá a devida atenção. Acontecem desentendimentos, e às vezes os pais têm de ralhar para apartar a briga entre os manos. Mas logo vem a reconciliação, pois fica quase insuportável aguentar mais que duas horas sem falar com o irmão ou irmã. Alguém tem que ouvir nossas boas-novas e palpitar antes dos amigos, certo?

Infelizmente, há famílias onde a fraternidade co-sanguínea não prevalece. Num trabalho de campo da GeoUSP que fiz há uns dois anos, um morador de certa cidade do interior que visitamos comentou: "aqui cada coisa possui um dono diferente. Só que os donos são irmãos, e um possui rixa com o outro! Dá até tiro!". Há irmãos que praticamente são indiferentes à existência do outro. Correm antes atrás dos amigos da rua, e só lembram do irmão ou irmã no dia de Natal. Só que uma coisa é independência, outra é ódio ou indiferença: temos detalhes que guardamos de nossos irmãos (em alguns casos, a relação entre eles é tão forte que nem esses detalhes existem, o que seria a situação ideal), mas eles não podem levar ao esquecimento do outro ou a rixas. Um ótimo termômetro para a família é a relação entre os irmãos: quanto mais há proximidade e amor entre eles, mais sólida é a família. Agora, se os irmãos estão rachados, não falam uns com os outros, possuem visões interesseiras entre si, sinal gravíssimo de que a família está seriamente doente, e estopim para outras discussões entre primos, cunhados, sogros, sobrinhos e pais aparecerem. Um desastre!

Como bem fala o Eclesiástico (é por essas e outras que a Bíblia é livro de todo dia pra mim), "o irmão ajudado por seu irmão é como uma cidade amuralhada". Pode vir chuva, sol, dificuldades mil... lá estará seu irmão pronto para te fazer levantar a cabeça ou te aplaudir. Neste mês de férias que é Julho, que tal fazer algum plano com seu irmão ou irmã, ou se estão brigados, abrir asas à reconciliação? Faça uma visita, dê um beijo ou abraço, ligue, perdoe!

Assim será mais fácil fazer e ter amigos. Pois estaremos em harmonia com nossos amigos mais próximos: nossos irmãos!

PARABÉNS, ADRIANO!

São Paulo, 05/07/2009. W.E.M.

Um comentário:

disse...

Parabéns pro Adriano!
:)
Ah, minha irmã é minha "melhor" amiga, sabia?!
Adorei o texto.