domingo, 11 de maio de 2008

Crônica - Ano I - Nº 13 - "Cidadania em questão"

Esta Crônica foi escrita no dia 15/01/2008.

O intuito é fazer aqui uma seqüência de duas crônicas dedicadas à Metrópole chamada São Paulo, que aniversaria daqui a exatos 10 dias (25/01). Não escondo de ninguém o amor que sinto por essa cidade, independente dos problemas que ela tem (e não são poucos).

Mas os elogios ficam para a próxima crônica. Nessa quero falar de uma virtude essencial não só para os amantes desta cidade, mas também para todos que a adotaram, seja por estudo ou trabalho, seja de passagem, ou mil outros motivos: cidadania.

A virtude da cidadania não é somente cobrar os políticos que colocamos na Assembléia Legislativa, ou na Câmara, ou no Planalto. Isso é uma das faces da cidadania exercida. Cidadania se vive quando chamamos para nós as responsabilidades da ordem na cidade. Por exemplo: quando sabemos conservar bens de uso público (ônibus, atrações turísticas,etc); quando cuidamos da limpeza da cidade (aquele papel da bala que você pegou no almoço... um destino seria o chão da rua, certo? Não custaria segurar um pouquinho até a próxima lixeira?); quando nos informamos sobre a cidade e os assuntos cotidianos nos meios de comunicação (decretos novos, obras, índices de crescimento, etc); e até mesmo quando visitamos alguma de suas atrações. Isso é exercer cidadania, pois é comportar-se como um devido cidadão, que vive a cidade, e não apenas "suga-a".

Parece besteira falar dessa virtude, ou, como diria o ditado, "falar o Pai Nosso ao Vigário". Mas não é bem assim.

Semana passada, ao ir para o trabalho, pude perceber um jovem vândalo riscando o vidro do ônibus em que estava. E era um daqueles ônibus novinhos. Infelizmente para muitos degradar a cidade e seus bens dessa forma parece normal. Pichações, buracos na via, falta de atendimento em hospitais, corrupção... para muitos, nada resta a não ser um falso conformismo. O que seria faltar com a cidadania.

Pôxa, eu sozinho resolveria esses problemas? Não, não resolveria. Porém basta saber que você é um tijolinho desta cidade. Que sua educação e exemplo podem não influenciar os quase 20 milhões de moradores, mas podem influenciar a parcela que engloba seus pais, filhos, namorada, amigos, colegas de trabalho. E esses vão influenciar mais um grupo, e outro, e outro... Até, quem sabe, não será destas fileiras que surgirá um vereador, um deputado... um presidente? Nem é preciso ir muito longe: dessas fileiras surgirão trabalhadores pujantes, que saberão passar um exemplo de vida e atuação para os mais próximos.

Sim, pessoal, um baita presente que podemos oferecer à nossa cidade, no dia 25, será uma cidadania bem exercida. Não só ela precisaria dessa cidadania, mas todos os que moram ou fazem parte desse verdadeiro universo que é São Paulo.

Para alguns amigos, disse uma vez: para amar São Paulo, é preciso entendê-la. E não existe melhor forma de compreendê-la do que participando positivamente de seu desenvolvimento. Sabendo conservá-la, melhorá-la e cobrar os que tem obrigação mais grave nessa ação (leia-se: líderes comunitários e governantes).

Enfim, sabendo honrar o adjetivo "cidadão". E o lema em latim que aparece no brasão e na bandeira da Cidade: Non Ducor, Duco (Não sou conduzido, conduzo).

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